Agronegócio

Boi pré, contratado antes, contribui para segurar o spot e a B3

31 jul 2019, 16:54 - atualizado em 31 jul 2019, 18:20
Boi contratado e pré-fixado para entrega futura está tirando negócios no físico (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Vários produtores que também operam o mercado futuro do boi já disseram que o vencimento de outubro não desprega muito mais pela vazão de animais a termo mais a frente e não tanto pela falta de confirmações de novas plantas habilitadas para China. Se isso for consolidado daqui a dois meses, poderá se dizer que é continuidade do modelo de negócios que já estaria em jogo agora.

Os grandes confinadores contínuos estariam entregando muitos bois às principais indústrias, aquelas que influenciam na formação de preços, mesmo que no geral as escalas de abate ficaram mais reduzidas.

Só no Mato Grosso, na região de Cáceres, quatro grandes fornecedores estão garantindo em torno 150 mil cabeças por semestre.

Negociadas há meses com preços pré-fixados, que garantam a compra independente do mercado consumidor não absorver, essas boiadas tiram também os frigoríficos das compras volumosas.

O Minerva praticamente não compra mais nada para a planta de Barretos, até setembro, deixando buracos para ofertas baixas ou desistências, como a que Juca Alves conseguiu enfiar um lote ontem (30).

Francisco Brandão, de Araçatuba, registrou nesta quarta (31) que o Marfrig também está praticamente fora das compras pela quantidade de bois programados há mais tempo. “Isso atrapalha muito”, diz o produtor, vice-presidente do Siran, o sindicato da região.

Boi China na cidade da Noroeste paulista está parado em R$ 157,00 e o boi comum em R$ 155,00. Pelas indicações recebidas na Scot, a média é mais baixa, R$ 152,00 (no ato), tanto como em Barretos.

No Sudoeste do Mato Grosso, a quantidade de bois a termo que Neto Gouveia, de Cáceres, conhece de apenas quatro invernistas, “limita muito a tentativa de melhora que a gente está vendo”. Pelo menos estabilização da @ em torno dos R$ 138/140,00, à vista.

B3

Há algumas semanas, os produtores Walter Magalhães e Marcos Garcia, com bases no Mato Grosso do Sul, estavam céticos quanto à batida da tela de outubro no mercado futuro em R$ 164,00.

Mesmo com mais China em jogo. Para eles, deverá chegar muita boiada pronta para morrer, negociada a termo.

Hoje, o vencimento não variou sobre ontem, mantendo os tímidos R$ 161,30.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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