Saúde

Bolsonaro publica vídeo tomando comprimido de hidroxicloroquina

07 jul 2020, 20:09 - atualizado em 07 jul 2020, 21:25
Jair Bolsonaro
Ainda na segunda-feira, antes mesmo do resultado de seu exame, Bolsonaro disse ter começado a usar o medicamento (Imagem: Facebook/Jair Bolsonaro)

O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta terça-feira vídeo nas redes sociais tomando comprimido de hidroxicloroquina, medicamento para malária sem comprovação de eficácia contra Covid-19, após ter anunciado mais cedo que teve resultado positivo em teste para o novo coronavírus.

“Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo muito bem, estava mais ou menos no domingo, mal na segunda-feira, hoje, terça, estou muito melhor do que sábado, então, com toda certeza, está dando certo”, disse Bolsonaro no vídeo.

Veja o vídeo completo:

“Sabemos que hoje em dia existem outros remédios que podem ajudar a combater o coronavírus, sabemos que nenhum tem sua eficácia cientificamente comprovada, mas mais uma pessoa que está dando certo, então eu confio na hidroxicloroquina”, acrescentou.

Ainda na segunda-feira, antes mesmo do resultado de seu exame, Bolsonaro disse ter começado a usar o medicamento, cujos testes para Covid-19 coordenados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) foram interrompidos depois que estudos indicaram que não mostravam benefício para quem tem a doença.

Bolsonaro, assim como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um ferrenho defensor do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento da doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, apesar a falta de eficácia comprovada cientificamente.

Por determinação do presidente, o Ministério da Saúde estabeleceu um protocolo de uso ampliado dos medicamentos para tratar a Covid-19, mesmo em casos leves da doença, apesar de diversos países do mundo terem proibido a cloroquina citando preocupações com a saúde dos pacientes devido a possíveis efeitos colaterais.

Até o fim de junho, o Ministério da Saúde já havia entregue 4.374.000 unidades de cloroquina aos Estados brasileiros desde o início da pandemia, de acordo com números da pasta.

No mês passado, o Hospital Israelita Albert Einstein –cujos estudos com cloroquina foram citados por Bolsonaro para defender o uso do medicamento– decidiu recomendar a não utilização do remédio contra a doença, citando a falta de evidências de eficácia e os riscos conhecidos e potenciais.

A decisão do hospital foi tomada depois que o órgão que regula medicamentos e alimentos nos EUA (FDA, na sigla em inglês) suspendeu a recomendação de uso emergencial do medicamento, apontando estudos que sugeriram que não é eficaz contra a Covid-19.

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