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BTG quer triplicar a gestão de fortunas nos EUA e abre contratações

30 abr 2021, 9:27 - atualizado em 30 abr 2021, 9:27
BTG Pactual
O banco administra cerca de R$ 260 bilhões em fortunas, segundo dados de dezembro, sendo que US$ 8 bilhões são geridos offshore (Imagem: Linkedin/BTG Pactual)

O BTG Pactual (BPAC11) está expandindo sua unidade de fortunas nos EUA com o objetivo de triplicar a quantidade de ativos geridos offshore nos próximos três anos.

O BTG está contratando novos funcionários e vai começar a fazer parceria com assessores independentes de gestão de fortunas nos EUA, disse Rogerio Pessoa, chefe da área de gestão de fortunas do BTG. Ele disse que as fortunas sob gestão do banco cresceram 54% em 2020 e espera um avanço ainda maior este ano.

“Os clientes latino-americanos, em particular os brasileiros, estão procurando diversificar globalmente e estamos confiantes de que podemos capturar esse crescimento nos EUA”, disse ele em entrevista.

O BTG está considerando mudar para um escritório maior em Miami, onde fica a sede de sua unidade de gestão de fortunas nos Estados Unidos, disse Pessoa. O banco administra cerca de R$ 260 bilhões em fortunas, segundo dados de dezembro, sendo que US$ 8 bilhões são geridos offshore, segundo Pessoa. Esse volume pode chegar a US$ 25 bilhões em três anos, disse ele.

Bancos globais

Alguns dos maiores bancos dos Estados Unidos têm encerrado operações locais de gestão de fortunas na América Latina. O JPMorgan fechou suas unidades locais de private banking no Brasil e no México, enquanto o Wells Fargo encerrou seu negócio de gestão de fortunas internacionais em janeiro.

“Os grandes bancos globais são muito voláteis na forma como tratam os clientes da América Latina”, disse Fabio Feitler, que dirige a operação de fortunas do BTG nos Estados Unidos. “Sempre que há um aumento no ruído político, eles começam a recuar.”

A expansão do banco nos Estados Unidos foi desenhada para aproveitar as mudanças profundas na forma como os brasileiros ricos investem seu dinheiro.

Durante a maior parte da última década, os investidores foram capazes de obter retornos decentes e de baixo risco comprando títulos do governo. Com as taxas de juros agora perto da mínima histórica, eles estão sendo empurrados para produtos mais complexos, tanto no Brasil quanto no exterior.

Atrair Talentos

Para atrair talentos dos EUA, o BTG fez mudanças em seu modelo tradicional de remuneração de bônus e salários para uma abordagem mais baseada em comissões, disse Feitler. Contratações recentes incluem Blas Miñarro, do JPMorgan, já dentro desse novo modelo. Ele será gerente de relacionamento sênior.

“Queríamos crescer mais rapidamente nos EUA, então tivemos que mudar a forma como contratamos e abrimos nossa plataforma para independentes”, disse Feitler. Com a abertura da plataforma, o banco busca atrair os “registered investment advisers” (RIA, na sigla em inglês) americanos, similares aos agentes autônomos no Brasil. A promessa é que eles vão poder se valer não só da estrutura do banco nos EUA, mas de toda a rede de relacionamentos construída em países da América Latina, disse Feitler.

O negócio de fortunas do BTG nos Estados Unidos tem cerca de 35 funcionários entre Miami e Nova York.

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