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Caso Samarco: Vale (VALE3) deve seguir BHP e anunciar provisões extras, dizem analistas; veja quanto pode ser o valor

15 fev 2024, 17:08 - atualizado em 15 fev 2024, 17:08
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Vale seguirá a mesma toada? BHP anunciou que aumentará as provisões em US$ 3,2 bilhões (pós-impostos) referentes ao acidente envolvendo a Samarco em 2015 (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Na noite desta última quarta-feira (14), a BHP anunciou que aumentará as provisões em US$ 3,2 bilhões (pós-impostos) referentes ao acidente envolvendo a Samarco em 2015, que foi o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG).

Com a provisão extra bilionária, que será reportada nos resultados do quarto trimestre de 2023, a BHP totalizará um montante de US$ 6,5 bilhões ao fim de 2023.

De acordo com a companhia, esse é o valor estimado para cobrir os custos que o Ministério Público Federal e o acordo de obrigações estão pedindo.

Vale deve seguir BHP e anunciar provisões extras

O mercado espera que a Vale (VALE3), seguindo o mesmo caminho da BHP, anuncie mais provisões para cobrir as despesas da Samarco.

A Ativa Investimentos explica que, como a Samarco é uma joint venture da BHP com a Vale e cada uma tem participação de 50%, pode-se esperar que a mineradora brasileira anuncie provisões adicionais no balanço do quarto trimestre do ano passado.

Na avaliação da corretora, para acompanhar a BHP, a Vale pode adicionar até US$ 3,5 bilhões, visto que dispõe atualmente de cerca de US$ 3 bilhões provisionados para o evento.

O Itaú BBA, em relatório divulgado nesta quinta-feira (15), levanta a possibilidade de as provisões adicionais da Vale para a Samarco chegarem a US$ 3,6 bilhões, representando em torno de 6% do valor de mercado da companhia – “considerável do ponto de vista de valuation“.

Novas provisões podem pesar sobre VALE3?

Apesar da possibilidade de provisões extras, analistas acreditam que o impacto da notícia é neutro, visto que o mercado já espera por isso.

De acordo com o BBA, investidores já estavam levando em consideração provisões extras totais de US$ 3-4 bilhões da Vale.

“Por isso, não achamos que esse montante venha como uma surpresa”, diz o time de análise de Mineração e Siderurgia da instituição.

Segundo a Ativa, “caberá aos investidores aguardar pela efetivação dos valores por Vale e então, seguir acompanhando o noticiário envolvendo potenciais acordos entre a Samarco e as justiças brasileira e londrina”.

A corretora aponta que, com os eventuais US$ 6,5 bilhões provisionados, a Vale estaria mais protegida. No entanto, chama a atenção para a possibilidade de os valores das ações contra a Samarco ultrapassarem R$ 200 bilhões, o que levaria a novas provisões por parte da companhia e da BHP.

Por ora, a Ativa tem recomendação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 84.

O BBA tem classificação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) para o ADR (American Depositary Receipt) VALE, com preço-alvo ao fim de 2024 de US$ 18. Analistas acreditam que um acordo com o governo lidaria com o overhang persistente nas ações da empresa, o que pode ser lido como algo positivo para o médio prazo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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