CFTC critica a falta de intermediários no setor de finanças descentralizadas (DeFi)

Em uma palestra nessa terça-feira (8), o comissário Dan Berkovitz, da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), criticou as finanças descentralizadas (DeFi).

Seu discurso focou bastante na importância de intermediários financeiros que reguladores possam legalmente responsabilizar por má conduta:

Intermediários como bancos, corretoras, comerciantes da comissão de futuros, sistemas de compensação de pagamentos e gestoras de ativos — assim como muitos de vocês nessa conferência — desenvolveram, nos últimos dois ou três séculos de serviços bancários e financeiros modernos para fornecer, com segurança, serviços financeiros fundamentais para apoiar os mercados financeiros e o público investidor.

Com as DeFi, de acordo com Berkovitz, não existem intermediários que reguladores possam acusar para protegerem investidores.

Ele descreveu tal sistema como um “mercado hobbesiano” — “onde cada pessoa deve cuidar de si mesma” — e disse não entender como mercados DeFi não regulados “são legais sob a CEA [Lei de Câmbio de Commodities]”.

Ao mesmo tempo, os comentários de Berkovitz parecem depender de um vocabulário extremamente limitado de conhecimento sobre DeFi, citando repetidamente um artigo na Wikipédia sobre “finanças descentralizadas” e, na verdade, descobrindo a experiência de buscar pelo termo no Google: “se você digitar ‘DeFi’ na pesquisa do Google, o link principal redireciona para um artigo da CoinDesk chamado ‘O que são DeFi?’”.

O desafio em regulamentar mercados DeFi só aumentou desde a explosão de interesse em plataformas como Uniswap e SushiSwap em 2020.

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Hester Peirce, representante da Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC), sempre falou bastante sobre sua ideia de tolerância para o desenvolvimento das DeFi.

Porém, conforme demonstrado pelos comentários de Berkovitz, a atitude referente à descentralização é inversamente proporcional à atitude em relação a intermediários.

Além disso, seu discurso indica que há um abismo entre reguladores favoráveis a DeFi, como Peirce, e aqueles que consideram o setor como algo problemático.