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Chama o Max: Uma carteira equilibrada para 2021

18 dez 2020, 18:21 - atualizado em 18 dez 2020, 18:21
“Continuo com uma parcela de 30% em renda fixa divididos em reserva de emergência”, comenta o colunista

Fim de ano chegando. Todos animados porque a Bolsa está prestes a bater os 120 mil pontos.

Veja se esta cena não lhe é comum…

Ceia de Natal e seu tio ou primo se aproximam de você para falar de investimentos.

Que ano desafiador, mas ao mesmo tempo surpreendente, não é? Todos concordam com a declaração.

Você não acha que a Bolsa ajustou muito rápido? Será que tem mais potencial pela frente? Podemos chegar a 150 mil pontos em 2021?

E a taxa de juros? Será que o Banco Central vai elevar a Selic diante de uma inflação que pode dar sinais mais contundentes de alta? Algum investimento em renda fixa voltará a ficar atrativo neste cenário?

E o dólar, hein? Voltou para R$ 5,00. Não sei se compro ou vendo.

Se eu fosse uma mosquinha no seu jantar de Natal poderia afirmar que algo bem parecido com essas perguntas seria a pauta do bate-papo entre familiares investidores.

Pois bem. Virada de ano é sempre assim. Momento de fazer aquela retrospectiva, parar e refletir sobre o que podemos melhorar para o ano que se inicia. Tanto nos seus projetos pessoais quando nos investimentos.

Portanto, queria dividir com você o que penso de ambiente macroeconômico e como você pode distribuir seus investimentos em 2021.

Vejo um ano mais leve em 2021. Não somente pela tão esperada normalização das nossas vidas com a vacinação em massa, mas também porque me parece que o cenário geopolítico tende a ser mais tranquilo.

Teremos o início do governo Biden nos EUA e uma maior aproximação com a China e Europa, algo que foi perdido há alguns anos com a política protecionista de Donald Trump.

Além disso, esta nova configuração, com um democrata no poder (Biden), mas com um Senado republicano, amortece medidas mais radicais defendidas por Biden em campanha (como aumento de impostos), e pode ser muito boa para os mercados emergentes.

Espero aumento de exportações dos EUA para países em desenvolvimento, assim como um impulso para ativos mais arriscados com um Fed (o banco central americano) mais acomodatício (juros mais baixos).

Essa conjuntura, aliada a um mundo com liquidez abundante nos mercados, já está fazendo preço nas Bolsas dos países emergentes. O Ibovespa subiu mais de 20% nos últimos 40 dias, principalmente com a entrada de um fluxo muito forte de capital estrangeiro, buscando boas oportunidades e aumento de risco.

Enxergo este cenário como positivo para a Bolsa brasileira, onde continuaremos a ver as ações mais líquidas se destacando nos próximos meses para depois os olhos do gringo se voltarem para aquelas ações que ficaram para trás neste movimento: exatamente as small caps e microcaps, no que chamamos de “segunda onda”.

Com relação à política monetária brasileira, poderemos ver um pequeno aumento na taxa Selic para conter um provável avanço da inflação neste primeiro semestre de 2021. Mas longe de ser hora para voltar para a renda fixa. Vejo esta taxa Selic sair de 2,0% para 3–3,5% até o fim de 2021, continuando a permanecer em patamares baixos, sem qualquer impacto negativo na migração da renda fixa para a renda variável.

Já o dólar, terror dos economistas, é a grande incógnita. Se considerarmos que os investidores estrangeiros continuarão direcionando o seu dinheiro para a Bolsa brasileira, seria normal imaginarmos uma desvalorização do dólar diante do real (dólar caindo).

No entanto, há um grande desafio interno que será administrar as contas públicas brasileiras, para que não entremos em uma situação fiscal delicada nos próximos anos. A performance do dólar frente ao real dependerá também do andamento das reformas estruturantes com as quais a equipe econômica pretende avançar no Legislativo. Quaisquer imbróglios políticos ou atrasos na votação dessas reformas podem fazer com o que o dólar escale novamente rumo aos R$ 6,00.

Assim, atribuo uma maior probabilidade de o dólar ficar entre R$ 4,80 e R$ 5,20, sendo muito difícil cravar qual será a direção da moeda americana em 2021.

Dito isso, onde invisto, pragmaticamente, em 2021?

Continuo com uma parcela de 30% em renda fixa divididos em reserva de emergência (seis meses de despesas mensais) aplicada em fundo DI de taxa zero e um colchão de liquidez investido em Tesouro Direto (gosto do Tesouro IPCA+) para aproveitar oportunidades.

Em Bolsa, fico com 30% do portfólio, porque tenho um perfil mais moderado. Se você for mais conservador, tenha 20% ou se for arrojado você pode ir até 50%, na minha opinião. Seja sempre fiel ao seu perfil de investidor e à sua propensão ao risco.

Dividiria a parte de renda variável da seguinte maneira: 2/3 em ações líquidas de empresa de qualidade premium, marcas líderes de mercado e boas pagadoras de dividendos; e 1/3 em microcaps com potencial de atingir três dígitos de valorização em 12 meses.

Na parcela de multimercados e previdência, teria 20% do meu portfólio total, aplicados em bons fundos de investimento como o Carteira Universa e no Fof SuperPrevidência 2, ambos da Vitreo.

Dinheiro, Dòlar, Câmbio
“É sempre prudente termos 10% do portfólio em proteção; ou seja, fundo cambial dólar, fundo de ouro e fundo que aplica em outras moedas fortes, como iene, libra, euro e franco suíço”, diz Max Bohm (Imagem: Unsplash/@emiliotakas)

Como seguro morreu de velho e este ano de 2020 nos provou que devemos estar sempre preparados para os cisnes negros (que são mais frequentes do que imaginamos), é sempre prudente termos 10% do portfólio em proteção; ou seja, fundo cambial dólar, fundo de ouro e fundo que aplica em outras moedas fortes, como iene, libra, euro e franco suíço.

O setor imobiliário está fervendo com taxas baixas de financiamento e preços sob controle e não devemos ficar de fora dele. Investiria 5% do patrimônio divididos em fundos imobiliários no Brasil, sem esquecer de colocar um capilé nos famosos REITs, fundos que investem em ativos imobiliários nos EUA. Lembre-se de que é sempre bom diversificar, mesmo dentro de uma classe de ativo.

Para finalizar esta carteira bem balanceada, destinaria 5% para investimentos alternativos. Aí estou falando de bitcoin, crédito de carbono e canabidiol. É aquele dinheirinho para alto risco, mas que pode multiplicar de valor subitamente.

Agora que você já sabe como dividir seus investimentos, você pode contar para seu tio ou primo que eles podem fazer toda essa alocação com a ajuda da Vitreo. Todo o meu dinheiro está lá e você investe de maneira rápida, fácil e transparente.

Pronto. Pode dar aquela garfada no chester, saborear o tender e aproveitar a família e os amigos, pois seus investimentos estão bem encaminhados para 2021.

Um grande abraço e boas festas!

Equity Research, CNPI, CGA
Graduado em Ciências Econômicas pela UFRJ e pós-graduado em finanças pela FGV-RJ, Max Bohm acumulou experiência como analista e gestor de ações em grandes instituições como Valia e Grupo Icatu Seguros. Atualmente, é sócio da Empiricus, responsável pelas séries Microcap Alert e As Melhores Ações da Bolsa.
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Graduado em Ciências Econômicas pela UFRJ e pós-graduado em finanças pela FGV-RJ, Max Bohm acumulou experiência como analista e gestor de ações em grandes instituições como Valia e Grupo Icatu Seguros. Atualmente, é sócio da Empiricus, responsável pelas séries Microcap Alert e As Melhores Ações da Bolsa.
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