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Changpeng “CZ” Zhao é acusado de burlar reguladores pela Reuters; CEO da Binance rebate

17 out 2022, 17:43 - atualizado em 17 out 2022, 17:43
Changpeng Zhao Binance Reuters
(Imagem: Binance/Blog)

A Reuters publicou nesta segunda-feira (17) uma reportagem em sua seção investigativa chamada “Como CEO e assessores da Binance conspiraram para evitar reguladores nos EUA e no Reino Unido”. Na publicação, o veículo investiga supostos esquemas usados pelo CEO da corretora, Changpeng “CZ” Zhao, para burlar as regulações pelo mundo, especialmente a dos Estados Unidos.

O CEO rebateu as acusações no mesmo dia em publicação no blog do site da Binance intitulada “Nossa resposta à mais recente história da Reuters”, e foi enviado um comunicado à imprensa acerca do assunto.

Confira as principais acusações contidas na reportagem e a defesa do CEO para elas:

Reuters ataca Changpeng “CZ” Zhao

A reportagem recorda que há um ano, o Departamento de Justiça dos EUA estava realizando uma investigação de lavagem de dinheiro na Binance, onde miravam em “extensos registros sobre as políticas da Binance e a conduta de Zhao e outros altos executivos”, informou a Reuters em 1º de setembro.

A nova reportagem da Reuters diz revelar novos detalhes sobre a estratégia da corretora cripto Binance de manter os reguladores à distância e a desordem contínua em seu programa de compliance. 

A matéria conta com 30 pessoas entrevistadas, entre eles ex-funcionários, consultores e parceiros de negócios, além de uma revisão de milhares de mensagens, e-mails e documentos da corretora datados entre 2017 e início de 2022.

Segundo a Reuters, em 2018, Zhao aprovou um plano de tenentes para “isolar” a Binance do escrutínio das autoridades dos EUA, estabelecendo uma nova corretora americana.

A nova corretora desviaria a atenção dos reguladores da plataforma principal, servindo como uma “câmara de compensação de consultas regulatórias”, de acordo com a proposta descrita na reportagem.

A Reuters no início deste ano lembra que já havia acusado a Binance de impulsionar seu crescimento explosivo, mantendo fracos controles antilavagem de dinheiro e retendo informações dos reguladores.

“As lacunas em seu programa de conformidade permitiram que hackers, traficantes de drogas e fraudadores lavassem criptomoedas no valor de pelo menos US$ 2,35 bilhões em fundos por meio da exchange”, acusa a Reuters.

A Reuters também revelou detalhes sobre a vida privada de CZ. De acordo com a agência, o bilionário teve um filho com Yi He, uma ex-apresentadora de um programa de viagens na TV chinesa e cofundadora da Binance.

A reportagem continua discorrendo, e descrevendo, o CEO como um líder que aplica normas pouco casuais para o ambiente da empresa. Entre elas, normas de sigilo e restrições de acesso a informações dentro da corretora.

Conforme a Reuters,  Zhao dizia aos seus funcionários para que se comunicassem usando serviços de mensagens criptografadas e evitassem o e-mail o máximo possível

“Mais tarde, a Binance expandiu as regras de sigilo para impedir que os funcionários revelem sua localização nas mídias sociais, discutam seu trabalho em público ou usem qualquer coisa com a marca Binance”, diz reportagem.

Changpeng “CZ” Zhao se defende

Changpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance, publicou sua resposta à reportagem da Reuters em postagem no Blog da Binance.

Conforme rebate, a corretora percorreu desafios complexos ao longo da história, como “poucas outras passaram”. CZ diz que os desafios de uma empresa cripto que passa de uma pequena startup para uma organização “Fortune 100” são diversos.

“Quando seu valor de mercado se multiplica exponencialmente em um curto período de tempo, não há um manual que explique como mudar imediatamente de uma pequena startup para uma organização Fortune 100. Sendo assim, como muitas startups, a Binance era imperfeita”, diz.

CZ defende que contratou mais de 4.000 novos funcionários, “muitos dos quais nas áreas de compliance, investigações e segurança.”

“Hoje, a Binance é uma empresa muito diferente do que era quando foi fundada. Temos trabalhado lado a lado com reguladores de todo o mundo para reestruturar nossa organização e atualizar nossos sistemas”, diz.

“Fomos a primeira grande exchange fora dos EUA a realizar o “KYC [Conheça seu Cliente em portugês]” de todos os nossos usuários para garantir que possamos cumprir os padrões internacionais.”

Em defesa acerca da lavagem de dinheiro investigada dentro da corretora, CZ diz que a Reuters falhou em fornecer os detalhes, e não possui provas concretas para manter as acusações.

“A Reuters informou que a Binance foi usada como canal para a lavagem de pelo menos US$ 2,35 bilhões em fundos ilícitos, mas falhou em 1) fornecer detalhes de como esse número foi calculado e 2) ressaltar o fato de que isso representa menos de 0,1% do total fundos que fluem através da Binance desde 2019”, diz CZ.

Apesar do número da Reuters ser muito exagerado, segundo o CEO, ainda indicaria que a Binance é uma das instituições financeiras mais eficazes em manter fundos ilícitos fora de sua plataforma. “Temos tolerância zero para atividades criminosas”.

Sobre as acusações de regras de sigilo aos funcionários e informações de relacionamentos pessoais do CEO, ele diz que: “este repórter da Reuters parece pensar que sou um líder ‘amoroso’ e ‘secreto’ que ‘microgerencia funcionários”’.

“Na verdade, sou muito transparente sobre meu estilo de liderança e todo funcionário da Binance tem acesso aos “Princípios do CZ”, um documento que escrevi para esclarecer meu estilo de liderança e que atualizo  regularmente à medida que aprendo coisas novas”, complementa em postagem.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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