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China acelera planos de fusão das duas maiores corretoras

02 jul 2020, 8:41 - atualizado em 02 jul 2020, 8:41
China
O acordo ocorre em meio à mudança sísmica no setor de valores mobiliários da China (Imagem:Reuters)

A China acelera o processo para a possível fusão de seus dois maiores bancos de investimento, medida que criaria uma potência de US$ 82 bilhões e poderia desencadear uma onda de consolidação entre as mais de 130 corretoras do país.

Segundo a proposta mais recente, a Citic Group, que controla a Citic Securities, maior corretora da China, seria a principal compradora de uma participação na CSC Financial, a número 2 do país, segundo pessoas a par do assunto.

A Citic Group compraria a participação da acionista estatal Central Huijin Investment, o que a tornaria a maior acionista e abriria caminho para a consolidação de recursos e operações, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Embora os detalhes ainda não tenham sido finalizados, os comitês do Partido Comunista na Citic Securities e na CSC, que têm papel-chave na decisão da estratégia corporativa, aprovaram o plano, disseram as pessoas.

Agora, a Citic Group faz lobby junto ao Conselho de Estado antes de apresentar os detalhes à Central Huijin, disseram as fontes.

O acordo ocorre em meio à mudança sísmica no setor de valores mobiliários da China, que movimenta US$ 1,2 trilhão, com potencial de grandes rivais nacionais e estrangeiros entrarem na disputa.

Reguladores chineses discutem planos para permitir que os maiores bancos do país entrem no setor de valores mobiliários, já que a abertura do mercado da China para gigantes de Wall Street aumenta a urgência de corretoras locais, que precisam ganhar força para sobreviver.

“Desde 2018, reguladores da China têm explorado uma série de maneiras de impulsionar a criação de bancos de investimento de alta qualidade”, escreveram analistas da Essence Securities, liderados por Zhang Jingwei e Jiang Zhongyu.

“Por um lado, estão trazendo fortes concorrentes estrangeiros e, por outro, promovendo a consolidação do setor e incentivando corretoras chinesas a crescerem de tamanho.”

Embora seja muito cedo para saber o destino das principais corretoras, empresas de menor porte estão sob maior pressão de serem eliminadas, disseram.

Juntas, as 131 corretoras chineses têm ativos combinados equivalentes a um Goldman Sachs e menos de um terço do Industrial & Commercial Bank of China, o maior banco do país.

Também estão longe de serem bancos de investimento com serviço completo, contando com traders de pequeno porte para grande parte da receita.

O mercado também está fragmentado: as cinco principais corretoras capturam apenas cerca de 30% da receita do setor, segundo pesquisa do Goldman.

Representantes da Citic Group, Citic Securities, CSC Financial e China Investment, controladora da Central Huijin, não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

Juntas, as 131 corretoras chineses têm ativos combinados equivalentes a um Goldman Sachs e menos de um terço do Industrial & Commercial Bank of China, o maior banco do país (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A Central Huijin, uma unidade do fundo soberano da China, possui atualmente 37,37% da CSC Financial, enquanto a Citic Securities detém 6% na empresa.

A Citic Securities liderou uma série de aquisições, incluindo um acordo de US$ 2 bilhões para comprar a rival de menor porte Guangzhou Securities no ano passado.

Ainda assim, a empresa com sede em Pequim gerou 12,2 bilhões de yuans em lucro no ano passado, ou 25% dos ganhos do Goldman.

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