Internacional

China critica EUA e não condena Rússia por ação na Ucrânia

24 fev 2022, 12:08 - atualizado em 24 fev 2022, 12:08
Bandeira China
Dentro da Organização das Nações Unidas, está sendo redigida uma resolução condenando a Rússia, o que pode forçar a China a expressar uma nova posição  (Imagem: Pixabay/glaborde7)

A China se recusou a condenar o ataque da Rússia à Ucrânia. Em vez disso, pediu moderação a “todas as partes” e repetiu críticas de que os EUA tinham culpa porque “exageraram” a perspectiva de guerra no Leste Europeu nos últimos dias.

Durante uma tensa entrevista coletiva na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, repetidamente evitou responder se Pequim considera a incursão militar em território ucraniano uma invasão. Hua disse que a China “não queria ter visto o que aconteceu na Ucrânia”, acrescentando que a soberania e integridade territorial de todos os países devem ser protegidas.

“As partes diretamente interessadas devem exercer moderação e evitar que a situação saia do controle”, afirmou Hua.

Ao mesmo tempo, ela reiterou a necessidade de endereçar as “legítimas preocupações de segurança” do presidente russo, Vladimir Putin, citando as vendas de armas americanas para Kiev. Hua mencionou as garantias de Moscou de que as cidades não seriam alvo, mas declarou que a Rússia é independente e pode definir a estratégia com base em seus interesses.

“Afirmamos muitas vezes que os EUA recentemente foram aumentando a tensão e falando exageros sobre guerra”, disse Hua.

Durante um telefonema com sua contraparte russa, Sergei Lavrov, na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, disse que a China “entende as preocupações razoáveis da Rússia sobre questões de segurança”, conforme comunicado do governo. Wang também pediu um “mecanismo europeu de segurança equilibrado, eficaz e sustentável” construído com diálogo e negociação.

O ataque de Putin deixou o presidente Xi Jinping na difícil posição de tentar manter uma frente de união com Moscou, mas evitar uma associação direta com as medidas desestabilizadoras de Putin. No início deste mês, o líder chinês apoiou a Rússia em sua demanda por garantias dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no impasse, dando um suporte fundamental a Putin.

Dentro da Organização das Nações Unidas, está sendo redigida uma resolução condenando a Rússia, o que pode forçar a China a expressar uma nova posição formal nos próximos dias. Durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, o embaixador Zhang Jun foi o único orador que não criticou as ações da Rússia.

“A porta para uma solução pacífica para a questão da Ucrânia não está totalmente fechada”, disse Zhang, apesar do início dos ataques por forças russas.

As relações econômicas e comerciais entre China e Rússia estão cada vez mais fortes, sustentadas pela crescente demanda dos chineses por energia, alimentos e outras mercadorias. A energia representou dois terços das importações chinesas da Rússia no ano passado e essa parcela deve se ampliar após a assinatura de acordos para fornecimento de gás e petróleo quando Xi e Putin se encontraram em Pequim.

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