Balança Comercial

China reduz demanda interna e pode custar 2,5 pp no crescimento do Brasil por ano

04 nov 2022, 15:40 - atualizado em 04 nov 2022, 15:40
China
Desaceleração econômica na China pode retirar 2,5 pontos percentuais do crescimento econômico do Brasil, devido à demanda fraca (Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

A China não será mais a força motriz da economia global. E isso deve custar caro aos principais parceiros comerciais do país, principalmente o Brasil.

Tido como um dos grandes exportadores ao país asiático, a desaceleração da demanda chinesa pode retirar 2,5 pontos percentuais (pp) no crescimento econômico nacional por ano.

“Os países que mais sofrerão são aqueles cujo crescimento foi impulsionado pelas exportações para a China, em particular América Latina”, comenta o economista do Natixis, Patrick Artus. Além do Brasil, ele cita também também Chile e México

O banco francês estima um impacto anual de 2,5 pp na economia brasileira, considerando-se as exportações brasileiras para a China, em valores. Dados mostram que as vendas nacionais ao gigante asiático representam quase 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em termos nominais.

O economista explica que tal impacto se deve à demanda interna estagnada da China. “O crescimento da China pode agora vir das exportações, mas muito pouco do consumo doméstico”, explica.

Outros países que também tendem a ser afetados são: Alemanha; países exportadores de petróleo, como a Rússia; além da Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietnã, no sudeste asiático; bem como os vizinhos Japão e Coreia do Sul

China sem força

Mais do que os efeitos do setor imobiliário, em meio à crise das dívidas das incorporadoras, e dos impactos da política de Covid Zero, a China sente impactos estruturais na economia.

Os principais pontos são a desaceleração demográfica e o excesso de poupança, devido ao sistema previdenciário inadequado.

“O envelhecimento populacional reduz a força de trabalho e, portanto, o crescimento da renda. Já o pequeno tamanho do sistema previdenciário organizado leva os chineses a economizar muito”, explica Artus, do Natixis.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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