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Cielo (CIEL3): É hora de dar tchau? JP Morgan corta recomendação e diminui preço-alvo em 25%

06 jun 2023, 14:54 - atualizado em 06 jun 2023, 14:56
Cielo
Ações da Cielo recuam 4,45%, a R$ 4,51, nesta terça (6) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O JP Morgan rebaixou a recomendação de Cielo (CIEL3) de overweight — desempenho acima da média do mercado — para neutro. O banco também reduziu o preço-alvo das ações para 2023 de R$ 8 para R$ 6, corte de 25%.

Segundo Domingos Falavina e a equipe do JP Morgan, a revisão se deu, principalmente, por conta do maior custo de capital, refletindo o aumento do risco de concorrência e menor crescimento do volume de pagamentos (TPV) no setor.

O corte na recomendação e no preço-alvo são feitos também após a disparada de mais de 150% de CIEL3 desde a cotação mínima de 2021.

Os analistas ainda destacam que os investidores esperam por picos de rendimento no segundo trimestre de 2023 para sair da tese, mas “sair pode ser difícil”. O próximo balanço deve ser potencialmente recorde, mas, nos trimestres anteriores, números fortes foram seguidos por baixo desempenho das ações, disseram.

Em reação, os papéis da companhia recuavam 4,45%, cotados a R$ 4,51, às 13h50 desta terça-feira (6).

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Volume de pagamentos fraco

Os analistas do JP esperam uma desaceleração substancial no crescimento do volume de pagamentos da indústria continue, o que deve afetar a Cielo. “Isso poderia desencadear reações comerciais mais agressivas por parte dos players”, dizem.

O TPV cresceu 30% em 2021, 25% em 2022 e 11% no primeiro trimestre deste ano. Falavina e equipe esperam um aumento de apenas um dígito à frente.

O crescimento deve ser pressionado por padrões de cartão de crédito mais rígidos por parte dos bancos e pela crescente adoção do Pix entre lojistas, segundo os analistas.

Além disso, os analistas destacam os sinais de fraqueza das vendas no varejo, conforme apontado pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

Destronamento da Cielo

O JP Morgan também se preocupa com um possível destronamento da Cielo como líder de mercado.

Os analistas destacam que a marca Rede vem conquistando espaço sequencial no mercado por vários trimestres consecutivos. Além dela, a GetNet (GETT11) apresentou crescimento “anormal” no último trimestre do ano passado.

“De fato, na tendência atual, a Rede poderia derrubar a Cielo como líder de mercado no segundo trimestre de 2023”, dizem.

Essa perda de liderança acarretaria em uma reação da empresa e dos bancos controladores, o que pode significar rendimentos mais baixos e custos mais altos, afirmam os analistas.

Nos custos, Falavina e equipe veem menor espaço para ganhos de eficiência. As despesas já começam a superar o volume de pagamentos no primeiro trimestre deste ano, reiteram.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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