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Cielo (CIEL3) lidera baixas do Ibovespa após 4T22; veja o que dizem os analistas

27 jan 2023, 11:36 - atualizado em 27 jan 2023, 11:36
Cielo
Cielo reportou lucro líquido recorrente de R$ 490,1 milhões no 4T22 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A Cielo (CIEL3) liderava as baixas do Ibovespa (IBOV) por volta das 11h22 desta sexta-feira (27), recuando 3,78%, a R$ 5,09.

O movimento acontece após a empresa divulgar que teve lucro líquido recorrente de R$ 490,1 milhões no quarto trimestre de 2022. O montante representa um salto de 63,3% em relação ao mesmo período de 2021.

Na avaliação da Genial Investimentos, o lucro superou as expectativas, com a empresa mostrando uma melhora sequencial de rentabilidade no 4T22.

Eduardo Nishio e Wagner Biondo, que assinaram o relatório, dizem que, com o lucro em 8,9% acima da estimativa do mercado, a Cielo continuou expandindo suas receitas com uma velocidade acima dos volumes financeiros (TPV).

Segundo os analistas, o avanço veio motivado principalmente pela melhora de take rate, devido a maior precificação, melhor mix e aumento do volume de produtos de antecipação, onde as margens são melhores.

O time de análise menciona que o desempenho de lucro da Cielo se deu por uma combinação de:

  • crescimento do volume financeiro;
  • melhora do take rate;
  • aumento da penetração de produtos de prazo;
  • controle de gastos;
  • bom desempenho da Cateno;
  • desinvestimentos em projetos não rentáveis ao longo dos últimos trimestres.

Tanto a Genial quanto o Santander, mencionaram os volumes, que mostraram crescimento de apenas 11% no período, atingindo R$ 231 bilhões para a Cielo Brasil (negócio de adquirencia no Brasil) no 4T22.

“Na comparação anual, os volumes cresceram 11%, com desempenho semelhante ao crédito e débito, mas mostrando uma desaceleração considerável em relação ao crescimento de 23% no 3T22”, disse o banco.

Além disso, o Santander destaca que o crescimento do volume da Cateno (joint venture de processamento de cartões com o Banco do Brasil [BBAS3]) também desacelerou, para 6% na base anual (de 10% no 3T22), principalmente devido ao fraco desempenho do débito.

Impactos do 4t22

O Santander reforça que o 4T22 foi impactado por duas despesas pontuais, uma relacionada à descontinuação de um produto (a maquininha LIO V2, que gerou o valor líquido de impostos de R$ 30 milhões) e a outra relacionada à descontinuação do reconhecimento do ganho de US$ 25 milhões da venda do MerchantE.

Com essa venda, a Cielo ficou com apenas duas unidades relevantes. São elas: Cielo Brasil e Cateno.

“MerchantE fazia parte de outras controladas, que hoje, não gera receita, mas ainda possui algumas despesas não recorrentes”, disse a corretora.

Em relação aos custos e despesas, o Santander avalia que a Cielo continua fazendo um bom trabalho no controle desses pilares. Os custos totais aumentaram apenas 1% no trimestre.

Excluindo os eventos não recorrentes ocorridos no trimestre, as despesas da Cielo Brasil cresceram 13% na base anual, explicadas, segundo o banco, principalmente pelos gastos com pessoal, uma vez que a Cielo aumentou seu headcount comercial (entre outros ajustes de remuneração).

Para o Santander, as despesas da Cateno foram uma grande surpresa positiva, com queda de 41% ante 2021, explicadas por menores perdas operacionais e reembolso de despesas.

É hora de comprar?

No panorama geral, para a Genial, o forte resultado da Cielo no 4T22, aliado ao potencial aumento de take rate em 2023, reforça o recente upgrade da corretora em sua recomendação para “compra“, ao preço-alvo de R$ 6,42.

A corretora diz que CIEL3 negocia a um valuation atraente de 7,92x P/L 23E, bem abaixo da média dos últimos 5 anos de 9,3x e de seus comparáveis.

O Santander tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações, ao preço-alvo de R$ 7,50.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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