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Colapso da Wirecard faz parlamentares da Alemanha pedirem CPI

29 jun 2020, 14:03 - atualizado em 29 jun 2020, 14:03
Outro membro do conselho da BaFin e integrante do parlamento disse que o governo alemão também deveria ser investigado (Imagem: Wirecard Card Solutions)

A oposição da Alemanha pediu nesta segunda-feira um inquérito parlamentar sobre o colapso da empresa de pagamentos Wirecard, após uma fraude global deixar um rombo no balanço que ficou anos sem ser descoberta por auditores e reguladores.

O pedido de inquérito ocorreu após a Alemanha dizer que cancelaria seu contrato com a empresa de vigilância contábil privada Frep, como resultado de um escândalo que o regulador financeiro BaFin classificou como “um desastre total”.

A Wirecard entrou com pedido de insolvência na quinta-feira, com dívidas de quase 4 bilhões de dólares, depois de divulgar um buraco de 1,9 bilhão de euros em suas contas, que o auditor EY disse ser o resultado de uma sofisticada fraude global.

O membro liberal do parlamento Frank Schaeffler, que também faz parte do conselho de supervisão da Bafin, pediu a investigação parlamentar e disse acreditar que há deficiências estruturais e de pessoal no regulador financeiro.

“O fato da Bafin estar esperando 15 meses por um relatório do Frep, apesar de indícios de irregularidades, é absurdo”, afirmou. “É como atirar bolas de algodão em um elefante.”

Outro membro do conselho da BaFin e integrante do parlamento disse que o governo alemão também deveria ser investigado, pois houve relatos frequentes de problemas em Wirecard.

“As fintechs que oferecem serviços financeiros precisam de supervisão apropriada”, disse ele à Reuters.

Um porta-voz do Ministério da Justiça disse que o governo está analisando até que ponto a supervisão da auditoria deve ser reformada.

A quebra da Wirecard também está levando a Deutsche Boerse a estudar possíveis revisões das regras de associação ao índice DAX, da qual a empresa fazia parte, disse a operadora.

A implosão da Wirecard ocorreu sete dias após a EY, sua auditora por mais de uma década, se recusar a assinar o balanço de 2019, derrubando o presidente-executivo, Markus Braun.

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