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Com ‘Coringa’ violento, Warner Bros. acirra disputa com Marvel

01 out 2019, 14:32 - atualizado em 01 out 2019, 14:32
“É uma estratégia inteligente”, disse Shawn Robbins, analista-chefe da Box Office Pro, que acompanha o setor (Imagem: Rich Fury/Getty Images/Bloomberg)

Com o novo filme “Coringa”, que estreia neste fim de semana, a franquia da editora de histórias em quadrinhos DC Comics, controlada pela Warner Bros., passa longe da Disney.

O filme classificado como R (permitido para menores de 17 anos apenas em companhia de um adulto) é sangrento e violento – o suficiente para provocar alguns protestos – e deixa claro que a Warner Bros. não está mais apenas copiando a bem-sucedida Marvel da Walt Disney, que criou um portfólio de 23 filmes de super-heróis aproveitando a popularidade dos maiores personagens das histórias em quadrinhos. Em vez disso, a divisão de filmes da AT&T decidiu se concentrar em uma série de filmes discretos, deixando a história e o diretor definirem o rumo.

“É uma estratégia inteligente”, disse Shawn Robbins, analista-chefe da Box Office Pro, que acompanha o setor. A Warner Bros. está focada em “fazer filmes independentes, com grandes investimentos no que os cineastas querem fazer, e não no que o estúdio quer fazer”.

Os filmes de super-heróis se tornaram uma fonte crucial de receita para Hollywood. Os filmes de sucesso tornaram-se atrativos previsíveis nas bilheterias, apelando para amplos segmentos da população. Mas, nos últimos anos, os personagens da Marvel dominaram o gênero, fazendo com que os rivais pareçam sempre perdedores.

No ano passado, a Warner Bros contratou Walter Hamada, um executivo de longa data da produtora New Line do estúdio, para tomar as rédeas das produções cinematográficas da DC e dar vida a uma franquia de filmes que tenta competir com a Marvel. No currículo, Hamada trouxe sucessos de terror como “Invocação do Mal” e o remake de 2017 “It: A Coisa”. Os projetos disponíveis incluíam “Coringa”, que estava em discussão há dois anos. Em julho de 2018, o estúdio aprovou a produção.

O resultado é uma visão mais fresca e ousada do diretor Todd Phillips de um dos maiores vilões dos quadrinhos, e com orçamento de apenas US$ 55 milhões, ou cerca de 25% do custo típico de filmes de super-heróis.

Joaquin Phoenix é o protagonista de “Coringa”, a origem do psicopata mais conhecido de Gotham City e seu alter ego Arthur Fleck, que sofre de uma doença mental em uma cidade em crise, onde sistemas de apoio a indivíduos vulneráveis ​não funcionam.

A violência – e paralelos aos atiradores em massa de hoje – levaram a críticas, inclusive de famílias de indivíduos mortos ou feridos em um ataque em um cinema de Aurora, no Colorado, em 2012. Nesse incidente, um homem disparou durante uma exibição de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, outro filme de quadrinhos da Warner Bros. As famílias escreveram para o estúdio expressando preocupação com o que o filme poderia inspirar.

“Não é a intenção do filme, dos cineastas ou do estúdio apresentar esse personagem como um herói”, respondeu a Warner Bros. em comunicado. A empresa disse que tem uma longa história de doações para vítimas de violência e observou que a AT&T, sua controladora, pediu nas últimas semanas aos formuladores de políticas que tratem a “epidemia” da violência armada.

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