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Commodities nesta semana: Relatório da Opep deve gerar mais cortes; ouro oscila

13 maio 2019, 15:39 - atualizado em 13 maio 2019, 15:39
Petróleo
Apesar de três semanas seguidas de perdas, o petróleo norte-americano West Texas Intermediate continua com 36% de valorização no acumulado do ano (Imagem: Pixabay)

Por Barani Krishnan/Investing.com

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deve divulgar seu relatório mensal nesta terça-feira, e a expectativa é que o grupo arrume um forte argumento para continuar cortando a produção, já que seu membro mais influente, a Arábia Saudita, não se mostra disposta a desistir dos altos preços que lutou para conseguir desde o fim do ano passado.

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A Agência Internacional de Energia (AIE) também deve respaldar o argumento da Opep, ao projetar uma demanda mais fraca de petróleo em seu relatório mensal, previsto para a quarta-feira.

A perspectiva de demanda mais fraca para o petróleo, aliada aos elevados níveis dos estoques mundiais, validará a posição da Arábia Saudita de não elevar a produção.

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Os preços do petróleo subiram cautelosamente no pregão asiático desta segunda-feira, à medida que o mercado tentava precificar o movimento-surpresa do presidente dos EUA, Donald Trump, que decidiu aumentar as tarifas de importação sobre produtos chineses.

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Os preços do petróleo recuaram em relação às máximas de 2019 por causa dos sinais conflitantes de oferta e demanda. Mas o rali sustentado pelos cortes de produção da Arábia Saudita ainda não perdeu a maior parte da sua força.

Apesar de três semanas seguidas de perdas, o petróleo norte-americano West Texas Intermediate continua com 36% de valorização no acumulado do ano. O britânico Brent, referência mundial para o petróleo, caiu pela segunda semana consecutiva na semana passada, mas ainda apresenta valorização de 32% no ano.

Tarifas sobre a China seguram rali do petróleo

As sanções dos EUA ao petróleo do Irã e da Venezuela criaram condições artificiais de pouca oferta que, juntamente com os cortes da Opep, ajudaram o cartel a sustentar e intensificar o rali no petróleo. Mas a inesperada elevação das tarifas de Washington sobre Pequim mudou esse quadro, e muitos agora se preocupam com o fato de que a economia já debilitada da China possa sofrer ainda mais.

O anêmico crescimento nos EUA também pode ser afetado se as empresas do país que fabricam produtos na China para o mercado norte-americano considerarem proibitiva a nova tarifa de 25%, já que a anterior era de 10%. Um profundo declínio nas duas maiores economias do mundo não seria nada bom para o petróleo.

Por isso, a Opep, ou mais importante ainda, os sauditas, não querem dar o braço a torcer. Eles estão exercendo o máximo de pressão sobre a produção ao fornecer, sempre que possível, menos barris ao mercado.

Relatório da Opep respaldará a posição saudita a favor de mais cortes

Embora o relatório mensal da Opep, previsto para a quarta-feira, possa reconhecer a menor produção do grupo devido às interrupções no Irã, Venezuela e Líbia, também há a expectativa de que preveja uma menor demanda para o seu petróleo e maior oferta de países não membros do grupo.

Isso validará o argumento saudita de que é preciso realizar cortes mais profundos ou pelo menos não elevar a produção, quando a Opep e seus aliados, liderados pela Rússia, se reunirem no dia 25 de junho, em Viena, para debater sua próxima linha de ação.

Antes do relatório da Opep, a Orbital Insight, empresa californiana que rastreia os estoques mundiais de petróleo através da leitura via satélite da cobertura de tanques de armazenamento, declarou, na quinta-feira, que os estoques petrolíferos da Opep haviam sofrido uma queda de 10 milhões de barris por dia no mês encerrado em 6 de maio. A Arábia Saudita apresentou o maior declínio, de 3,9 milhões, seguida do Irã, de 3,7 milhões, e Líbia, de 730.000.

Semana agitada para o petróleo, com dados dos relatórios da AIE e da EIA

A Agência Internacional de Energia (AIE) também deve apresentar uma visão baixista para o consumo mundial do petróleo, em razão dos acontecimentos na China. Embora isso possa pesar sobre os preços do petróleo logo após a divulgação do relatório mensal da agência na quarta-feira, a tentativa da Arábia Saudita de convencer seus aliados a cortar a produção deve manter o petróleo em alta.

Também na quarta-feira serão divulgados os números semanais do governo norte-americano sobre os estoques e a produção de petróleo e produtos derivados. Após cinco semanas de aumentos nos estoques petrolíferos, totalizando cerca de 30 milhões de barris, a Agência de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês) registrou o primeiro forte declínio de quase 4 milhões de barris na semana passada. Se essa tendência se reverter novamente, reforçará o argumento saudita de que é preciso restringir ainda mais a oferta no mercado.

Ouro continua em terreno desconhecido

Enquanto isso, a perspectiva para o ouro continua muito mais incerta do que a do petróleo, apesar da alta acelerada da semana passada, em razão da prolongada guerra comercial entre EUA e China.

Tanto o ouro spot, que reflete as negociações em lingote, quanto os futuros de ouro nos EUA sofreram queda no pregão asiático desta segunda-feira, depois de aparentemente retomarem a corrida em direção à importante marca altista de US$ 1.300 por onça na semana passada.

Embora o metal amarelo possa ser beneficiado se a angústia gerada pela guerra comercial sino-americana afetar ainda mais as ações, seus aspectos técnicos e fundamentalistas heterogêneos sugerem que seu alcance como porto seguro será limitado.

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Philip Streible, estrategista sênior de metais da RJO Futures, de Chicago, declarou que o ouro atingiu uma forte resistência técnica, ficando preso entre as médias móveis de 100 dias acima, a US$ 1.300, e de 200 dias abaixo, a US$ 1.267.

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