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Como a alta da Selic estrangula ainda mais Cogna (COGN3), Oi (OIBR3) e empresas endividadas

15 jun 2022, 21:30 - atualizado em 16 jun 2022, 0:10
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Além de todos os efeitos negativos na economia, a elevação dos juros também prejudica empresas mais endividadas (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco Central elevou a Taxa Básica de Juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 13,25%, em mais uma tentativa da autoridade monetária de segurar a inflação.

Além de todos os efeitos negativos na economia, a elevação dos juros também prejudica empresas mais endividadas, principalmente as que possuem suas dívidas atreladas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

De acordo com Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, muitas companhias pegaram dívidas imaginando que a Selic ia subir, mas nem tanto. No começo de 2021, a taxa de juros chegou a 2,25%, a mínima histórica.

“Isso acaba se tornando uma barreira para investimentos, torna as coisas mais difíceis. A saúde financeira da empresa fica mais abalada. Além disso, também afeta os seus clientes”, diz.

Matheus Spiess, da Empiricus, ressalta que, no caso das empresas mais endividadas, a alta dos juros pode comprometer os lucros. “Vai machucar caixa e resultados corporativos”, completa.

Esse foi caso da Cogna (COGN3), por exemplo. No primeiro trimestre, a elevação da Selic provocou um aumento de R$ 159 milhões em custo de dívidas. Mesmo assim, a empresa reverteu o prejuízo e lucrou R$ 65 milhões.

Em comentário, o BTG Pactual diz que o setor de educação, em si, enfrenta vários desafios este ano, como forte inflação de custos pressionando as margens, ambiente altamente competitivo (prejudicando o ticket médio), pico de juros em um setor alavancado financeiramente e renda disponível pressionada.

“Apesar de tudo, ainda não vemos uma recuperação em forma de V para o setor educacional e, dessa formam permanecemos apenas seletivamente positivos no setor”, coloca.

Cruz, no entanto, lembra que existem companhias que possuem dívidas pré-fixadas, “que pode ter colocado uma taxa de 8% no passado e estar despreocupada. Mas na maioria dos casos, não é isso o que acontece”.

E a Oi?

Segundo cálculos do TC/Economática, a Oi (OIBR3) possui uma dívida líquida sobre Ebitda, que mede o resultado operacional, de 11 vezes, uma das maiores da Bolsa.

Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, afrima que os juros elevados agravam o alto endividamento da tele.

“Essas empresas com a saúde abalada ‘apanham’ muito mais com a alta dos juros do que a média, pois os investidores optam por sair dessas apostas de recuperação para ativos mais seguros, como a renda fixa ou empresas grandes, de commodity e bancos, por exemplo”, diz.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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