Coluna do Heverton Peixoto

Como empresas de serviço público podem se proteger das mudanças climáticas

04 dez 2023, 14:11 - atualizado em 04 dez 2023, 14:11
clima - empresas seguro
Empresas do setor de energia e água desempenham um papel crucial, não apenas por sua responsabilidade ambiental, mas também pelo impacto social de suas operações. (Imagem: REUTERS/Pavel Mikheyev)

As intensas transformações climáticas têm desafiado as empresas, especialmente aquelas ligadas aos setores de água e energia.

Um exemplo marcante ocorreu na primeira semana de novembro na cidade de São Paulo, onde milhares de famílias ficaram dias sem energia após as fortes chuvas que atingiram a capital. Esses episódios destacam a vulnerabilidade da infraestrutura e a necessidade de as empresas adotarem medidas robustas em relação às práticas ESG.

Seguro para as empresas públicas de energia e água

Empresas do setor de energia e água desempenham um papel crucial, não apenas por sua responsabilidade ambiental, mas também pelo impacto social de suas operações.

A questão que fica é sobre quem pagará a conta no curto prazo diante desses eventos climáticos extremos. Sem um cenário de prevenção de crise, as empresas enfrentam custos adicionais para reparar danos, fortalecer infraestruturas e melhorar a operação.

Para proteger e amenizar essas ocorrências, garantindo ao mesmo tempo, a previsibilidade para os consumidores, algumas estratégias podem ser adotadas, como o seguro paramétrico, que é uma modalidade que não se baseia na avaliação direta dos danos ocorridos, mas sim em parâmetros predefinidos.

Dessa forma, em vez de analisar os prejuízos após um evento, o pagamento é acionado automaticamente quando determinadas condições, como intensidade do vento, quantidade de chuva, temperatura, entre outros, atingem níveis pré-estabelecidos.

Os seguros paramétricos representam uma inovação significativa no setor de seguros. Essa abordagem oferece uma solução eficaz, especialmente em situações relacionadas a eventos climáticos extremos, fornecendo uma resposta rápida e previsível diante de eventos pré-definidos.

Além disso, esse tipo de seguro pode trazer vantagens, como:

  • Rapidez na indenização;
  • Previsibilidade financeira para segurados e seguradoras, uma vez que os pagamentos são acionados com base nos critérios anteriormente combinados;
  • Redução de disputas, ou seja, por meio dos parâmetros estabelecidos o processo é mais transparente e eficiente.

Desafios das mudanças climáticas

Ao mesmo tempo, a ausência de dados históricos pode ser um desafio na definição de dados confiáveis. Além de uma evolução na regulação dos seguros paramétricos que incentive o desenvolvimento desses produtos no Brasil, é necessário que haja um esforço do mercado segurador e dos consumidores para compreenderem sobre os benefícios e a aplicabilidade dessa modalidade.

No caso do setor público, a exigência e fiscalização podem ser mais desafiadoras devido à complexidade das estruturas governamentais.

As seguradoras, ao incentivarem tais práticas, desempenham um papel significativo na promoção da segurança e na construção de comunidades mais preparadas para enfrentar os desafios decorrentes de eventos críticos.

Esse ganho indireto para a população demonstra como os seguros não apenas oferecem proteção financeira, mas também desempenham um papel ativo na promoção da segurança e da resiliência a longo prazo. Isso não só beneficia as próprias companhias, mas também tem implicações positivas para a sociedade em geral.

Ao adotar uma abordagem equilibrada que considera a responsabilidade ambiental, social e de governança, as empresas podem proteger os consumidores, garantindo, ao mesmo tempo, a viabilidade a longo prazo de suas operações. A transparência e a comunicação aberta desempenham um papel fundamental na construção da confiança e do entendimento mútuo entre as empresas e seus clientes.

CEO da Omni
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
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