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Consultores financeiros têm interesse em investir em bitcoin em nome de seus clientes?

27 mar 2021, 13:00 - atualizado em 24 mar 2021, 14:39
Em participação ao podcast Unchained, dois grandes consultores financeiros envolvidos com cripto falam suas percepções de como os mercados se intersecionam no grande mar de possíveis investimentos (Imagem: Freepik)

Laura Shin, jornalista e apresentadora dos podcasts Unchained e Unconfirmed, convida Ric Edelman e Matthew Kolesky para compartilharem a experiência de consultores financeiros em relação ao mercado das criptomoedas.

Ric Edelman, fundador da Edelman Financial Engines, passou a estudar o mercado em 2013, cuja tecnologia tem “o potencial de transformar o comércio a nível global”.

Ele explica que consultores financeiros têm uma opinião ruim sobre as criptomoedas, pois vai de encontro a tudo o que eles conhecem.

Em seguida, Matthew Kolesky, presidente da Arbor Capital, afirma que se fascinou pela instantaneidade e rapidez da tecnologia e afirmou ter até minerado a criptomoeda, quando era possível fazê-lo em um computador doméstico.

Laura pergunta a eles qual é a atitude de consultores financeiros em relação a investimentos em cripto. Edelman afirma que prezam pela reputação, pois grande parte são profissionais mais velhos, que não querem atrapalhar o que já existe.

O que esses consultores não entendem é que essa é uma tecnologia emergente, que está passando pelos problemas bem similares a qualquer outra tecnologia.

[…] Precisamos reconhecer que consultores têm uma obrigação fiduciária em ir além das manchetes e da análise superficial […] até concluirmos que você não tem o direito de afirmar para um cliente: “não lide com isso. É algo para que seus filhos adolescentes brinquem. Você terá problemas”.

Isso é ridículo. Você tem de fazer o seu trabalho, mesmo se sua conclusão for que você não quer [investir em bitcoin].

Muitos consultores não confiam no bitcoin por não terem estudado sobre essa tecnologia, mas podem estar perdendo uma grande oportunidade de diversificação de portfólio (Imagem: Freepik/master1305)

Edelman também chama a atenção de consultores financeiros que estão à espera de um fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin pois, quando esse produto estiver disponível, o preço da moeda estará bem mais alto do que hoje.

Ele afirma que a criação do RIADAC pretende educar consultores financeiros a obterem a informação correta sobre o mercado cripto para continuar fornecendo serviços a seus clientes das finanças tradicionais.

Kolesky afirma que consultores têm a obrigação fiduciária de colocar o interesse de seus clientes acima do seu próprio interesse para fazer essa ponte entre mercados.

Laura pergunta aos dois consultores como eles lidam com a parte explicativa desse mercado. Kolesky afirma que finanças descentralizadas (DeFi) são um setor muito promissor.

Ele menciona que, durante um evento, indicou os serviços Lolli (de “cashback” por compras realizadas na internet) e Brave (navegador que te paga pela visualização de anúncios) como uma forma alternativa de interagir com criptoativos.

Laura questiona se os clientes estão adquirindo produtos de investimentos indireto, como os fundos cripto da Grayscale, ou se estão comprando a criptomoeda à vista.

Edelman explica que muitos consultores estão comprando o Bitcoin Trust (GBTC) e Ethereum Trust (ETHE) enquanto outros, não contentes em investir apenas nas duas maiores criptomoedas, preferem diversificar e, assim, optam pelo fundo BITW da Bitwise, rebalanceado mensalmente.

Laura indaga se uma futura aprovação pela SEC de um fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin nos EUA irá alterar a percepção sobre o bitcoin. Edelman responde:

Acho que irá retirar o último nível de desculpas. Eu acho que a conversa irá migrar de “por que você comprou bitcoin para seu cliente?” para “por que não comprou, se está disponível facilmente como um ETF? Por que você não o tem em seu portfólio se você realmente acredita na diversificação?”.

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