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Corretora cripto Binance anuncia listagem do token DigiByte (DGB)

23 jun 2020, 8:32 - atualizado em 23 jun 2020, 10:56
DigiByte é o mais novo token listado na corretora cripto Binance; entenda como o DGB surgiu e como funciona (Imagem: Crypto Times)

Atualmente, a Binance é a segunda maior corretora de criptoativos na tabela de rastreamento da Brave New Coin, com um volume médio diário registrado acima de US$ 1,6 bilhão.

O whitepaper original da Binance sugere que foi criada para ser uma corretora de criptoativos com foco principal na negociação de cripto para cripto.

DigiByte (DGB) é um projeto blockchain de código aberto lançado em 2014.

O token nativo DGB possui um fornecimento máximo de 21 bilhões de tokens e 0,5% de seu fornecimento total havia sido pré-minerado e distribuído para os primeiros membros da comunidade. Estima-se que o blockchain atinja seu limite de tokens em 2035.

DGB está listado como o 33º maior ativo na tabela de capitalização de mercado da Brave New Coin, com cerca de US$ 284 milhões. Teve um forte desempenho entre ativos de média capitalização na semana passada, subindo 24%. Cada token individual está sendo negociado a US$ 0,021.

O projeto DGB usa o modelo de blockchain UTXO (“quantias de transações não gastas”, do inglês “unspent transaction outputs”) para criptomoedas, popularizado pelo blockchain Bitcoin em 2009.

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O modelo UTXO liga transações por meio de uma cadeia de assinaturas digitais. As assinaturas digitais são representadas pela chave pública dos destinatários de uma transação de token e cada assinatura representa um novo dono para um token no blockchain.

Quando uma moeda é transferida de um usuário para outro, ela é gasta, mas o blockchain também inclui informações de cada transação de um usuário que não for gasta.

Por exemplo, se um usuário com um saldo de endereço de 10 DGB enviar 2 DGB para outro usuário no blockchain DigiByte, os 8 DGB não enviados são registrados como a porção não gasta da transação.

A transação também cria uma nova informação para os 2 DGB enviados. Se o novo destinatário usar esses 2 DGB para uma nova transação, as informações sobre o criador da transação ainda estarão registrados.

Esse modelo de registro em blockchain é referido como “contabilidade de tripla-entrada” (do inglês “triple-entry bookkeeping”).

Contabilidade de tripla-entrada (pagamentos de transação para transação) como a usada pelo Bitcoin (Imagem: Bitcoin.org)

O sistema é escalável já que múltiplas UTXOs podem ser processadas ao mesmo tempo e também é privada, pois nenhuma informação pessoal precisa ser compartilhada entre os operadores além das chaves públicas, que existem como uma sequência de números e letras.

A idade de transações não gastas também pode ser usada para propósitos analíticos: por exemplo, se moedas não forem gastas por um bom tempo, pode-se dizer que exista um grupo maior de detentores (“holders”) a longo prazo.

Em fevereiro de 2014, a equipe da DigiByte anunciou DigiShield, um mecanismo de ajuste de dificuldade em tempo real que estabiliza os intervalos entre blocos para combater alterações exponenciais no poder de hashes de mineração.

DigiShield foi apresentado como uma forma de proteger a rede de grandes pools de mineração que acumulam as taxas de hash da rede devido aos baixos níveis de dificuldade.

DigiByte usa um formato de mineração MultiAlgo que permite a mineradores, que usam diferentes métodos de mineração proof-of-work (PoW), acomodarem diferentes tipos de métodos de mineração como a mineração com ASICs (circuitos integrados de aplicação específica), GPU (unidade de processamento gráfico) e CPU (unidades de processamento gráfico).

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Em junho de 2020, são usados 12 mil nós ativos em todo o mundo e cinco algoritmos criptográficos paralelos de hashing para minerar a rede.

Atualmente, a rede tem um intervalo entre blocos de aproximadamente 15 segundos.

Em julho de 2019, como parte da atualização principal DigiByte v7.17.2, o algoritmo de consenso Odocrypt foi implementado. O algoritmo se modifica automaticamente a cada dez dias para evitar a dominância por ASICs.

Essa atualização também incluiu Dandelion, uma implementação de privacidade criada para ocultar o endereço de IP de um usuário DGB quando transmitisse uma transação.

Segundo o comentário no lançamento da versão v7.17.2 da DigiByte, “Dandelion age como uma camada integrada de TOR, ajudando a mascarar os IPs de usuários da DigiByte. Ajuda a evitar que endereços DGB sejam ligados a IPs específicos”.

Em abril de 2017, DigiByte implementou a atualização de protocolo Testemunha Segregada (Segwit), antes do Litecoin (LTC) e Bitcoin (BTC).

A ideia principal do protocolo, implementada como uma bifurcação drástica (do inglês “hard fork”), é reorganizar os dados de blocos de uma forma que assinaturas não sejam incluídas com dados de transação.

Basicamente, Segwit separa transações de assinaturas com chaves públicas em um bloco para permitir que o blockchain armazene mais transações em cada bloco.

A implementação do Segwit permitiu que a rede DigiByte conseguisse processar até 1.066 transações por segundo (TPS) no blockchain com baixíssimas taxas.

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