Comprar ou vender?

Credit Suisse corta preço-alvo da Ambev em 34%, devido ao coronavírus

31 mar 2020, 14:59 - atualizado em 31 mar 2020, 18:09
Substituto insuficiente: para Credit Suisse, vendas no supermercados não compensarão queda de bares e restaurantes (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Em relatório a clientes, ao qual o Money Times teve acesso, o Credit Suisse fez uma revisão profunda de suas estimativas para a Ambev (ABEV3), à luz da pandemia de coronavírus. A recomendação baixou de outperform para neutra, e o preço-alvo foi cortado de R$ 22 para R$ 14,50.

Assinada por Marcella Recchia, a análise observa que, embora a Ambev seja um papel defensivo para o longo prazo, os próximos meses deverão impactar fortemente seu desempenho. O Credit Suisse acredita que o mercado brasileiro de bebidas repetirá o chinês com um trimestre de defasagem.

Na China, cuja epidemia começou em meados de dezembro, a queda mais acentuada das vendas nos canais on-trade (isto é, estabelecimentos que vendem bebida para consumo no local, como bares, restaurantes e casas noturnas) ocorrerá no primeiro trimestre (entre 70% e 80%).

Espera-se uma queda menor no segundo trimestre (entre 30% e 40%) e um início de recuperação no segundo semestre.

No Brasil, a analista lembra que a epidemia começou em março. Assim, a curva de consumo de cervejas está defasada em relação à chinesa. Marcella projeta uma queda de 70% na demanda em março, outra de 30% até o terceiro trimestre, e estabilização no quarto.

Realismo

O banco acrescenta que há pouca margem de manobra para a Ambev. Atualmente, 55% das vendas da companhia, no Brasil, dependem de canais on-trade.

Somente 10% disso poderia ser remanejado para canais off-trade (locais que vendem bebidas, mas cujo consumo não é permitido, como supermercados e hipermercados).

Assim, o Credit Suisse estima uma queda de 8,8% nas vendas e de 14,4% no ebitda da companhia neste ano. Marcella reconhece que seus números são mais pessimistas que a média do mercado, mas deixa um alerta.

“Nossas estimativas estão bem abaixo do consenso de 2020 e 2021, o que pode ser explicado pelo fato de que os impactos do coronavírus e um câmbio mais depreciados não estejam totalmente incorporados as estimativas de consenso (mas plenamente refletidos em nossas estimativas)”, afirma.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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