Internacional

Davos 2023: chefe da ONU pede promessas “críveis” de emissão líquida zero para evitar “greenwashing”

18 jan 2023, 9:28 - atualizado em 18 jan 2023, 9:28
Davos
(Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta quarta-feira aos líderes empresariais reunidos no Fórum Econômico Mundial em Davos que sigam os princípios delineados por um grupo de especialistas para fazer promessas “críveis” de emissão líquida zero de gases do efeito estufa.

A ONU e a Organização Internacional de Normalização lançaram as diretrizes em novembro para se tornar um texto de referência e ajudar as organizações a criar planos sólidos, evitando slogans, exageros e ofuscação.

Enquanto as empresas estão se comprometendo cada vez mais a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para o nível mais próximo possível de zero, as referências e os critérios que usam “são muitas vezes duvidosos ou obscuros”, disse o chefe da ONU aos delegados de Davos.

“Isso deixa a porta aberta para o greenwashing”, disse ele, referindo-se às alegações infundadas de algumas empresas de que seus produtos são ecologicamente corretos.

Ele insistiu aos participantes: “Apresentem planos de transição críveis e transparentes sobre como alcançar a emissão líquida zero e apresentem esses planos antes do final deste ano”.

“A transição para a emissão líquida zero deve ser fundamentada em cortes reais de emissões e não depender de créditos de carbono e mercados paralelos”, disse ele.

A transição para a energia limpa das potências mundiais foi um dos temas centrais do fórum em Davos, onde a União Europeia disse que mobilizará ajuda estatal para impedir que empresas se mudem para os Estados Unidos como parte de seu plano industrial “Acordo Verde”.

Guterres disse que um envolvimento significativo sobre clima, comércio e tecnologia entre os Estados Unidos e a China, em desacordo sobre questões que vão do comércio aos direitos humanos, é essencial para evitar um confronto.

“Corremos o risco do que chamei de Grande Fratura –a dissociação das duas maiores economias do mundo”, disse ele.

“Esta é a última coisa de que precisamos.”

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reuters@moneytimes.com.br
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