Política

Despesa em 2023 não pode ser menor que em 2022, mas exige reformas, diz Haddad

08 dez 2022, 11:58 - atualizado em 08 dez 2022, 12:29
Fernando Haddad
Em entrevista a jornalistas em Brasília, Haddad celebrou a aprovação da PEC da Transição no Senado, afirmando que o texto é uma solução política e que o governo eleito buscou o “conceito de neutralidade fiscal” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A despesa do governo federal como proporção do PIB em 2023 não pode ser menor do que a deste ano, mas exige providências como uma reforma tributária e um novo arcabouço fiscal, disse nesta quinta-feira o ex-ministro Fernando Haddad, que atua como interlocutor do grupo de trabalho de Economia na transição de governo.

Em entrevista a jornalistas em Brasília, Haddad celebrou a aprovação da PEC da Transição no Senado, afirmando que o texto é uma solução política e que o governo eleito buscou o “conceito de neutralidade fiscal”.

“A despesa como proporção do PIB em 2023 não pode ser menor que a de 2022, para que você não chegue em dezembro do ano que vem com os problemas que você está enfrentando esse ano. Ah, mas vai exigir providencias. Vai, vai exigir reforma tributária, vai exigir um novo arcabouço fiscal, vai exigir uma série de coisas que estão na agenda do próximo governo”, disse.

Nas últimas semanas, a equipe de transição vem argumentando que o atual governo enviou uma proposta orçamentária para 2023 com um nível de gastos menor do que o observado em 2022, considerando a proporção do PIB. Por isso, o grupo argumenta que a PEC da Transição pode não representar, na prática, uma expansão fiscal.

O Senado aprovou na noite de quarta-feira a PEC apresentada pelo governo eleito, que expande por dois anos o teto de gastos em 145 bilhões de reais para o pagamento do Bolsa Família ampliado, além de permitir mais gastos com investimentos, conferindo ao governo eleito uma vitória em seu primeiro grande teste no Legislativo. O texto segue para análise da Câmara.

Haddad, que é cotado para comandar o Ministério da Fazenda na gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu nesta quinta com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse ter traçado planos para conversas da equipe de transição com as secretarias da pasta a partir da próxima semana.

“Eu estou fazendo toda a interface política do grupo de transição a partir de agora com a equipe do ministro Paulo Guedes”, disse. “Esse tipo de conversa é muito importante porque você garante que muitos projetos possam ter continuidade.”

Na manhã desta quinta, após a conversa com Haddad, Guedes disse que está dialogando com a transição de governo para sugerir aperfeiçoamentos ao arcabouço fiscal do país.

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