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Destruição de valor: Ação da Gol (GOLL4) chega a entrar em leilão e aprofunda queda para mais de 30%

29 jan 2024, 17:07 - atualizado em 29 jan 2024, 23:50
Gol (GOLL4)
Na sexta, o Bradesco cortou o preço-alvo da Gol de R$ 10 para R$ 1, também citando o risco de liquidez. (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

A ação da Gol (GOLL4) chegou a entrar em leilão na sessão desta segunda-feira (29) em meio a uma queda de 20%. O papel voltou a ser negociado e fechou com queda de 33,61%, a R$ 3,93.



De acordo com levantamento de Einar Riveiro, diretor da Elos Ayta Consultoria, a Gol perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado em 2024 e se aproxima ao valor da CVC (CVCB3).

Na última quinta-feira (25), a empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, aprovado na sexta-feira.

Em sua recuperação, a empresa declara dívidas de R$ 20 bilhões, sendo que R$ 3 bilhões vencem no curto prazo.

Inúmeras corretoras cortaram o preço-alvo ou abandonaram a cobertura das ações da companhia diante das incertezas.

O BB Investimentos foi uma deles. A corretora lembra que considerando a negociações anteriores realizadas entre companhias aéreas e credores/lessores e a magnitude do endividamento da companhia em relação à geração de caixa (~5,0 dívida líquida/Ebitda UDM no 3T23), é concreta a possibilidade de que parte da dívida seja convertida em ações.

“Em um cenário base onde o controlador (ABRA), que possui US$ 1,2 bilhão em títulos de dívida, realize tal conversão, estimamos um fator de diluição acima de 60% para os acionistas correntes, com preço-alvo de R$ 2,40”, discorre.

Na sexta, o Bradesco cortou o preço-alvo da Gol de R$ 10 para R$ 1, também citando o risco de liquidez.

Eles destacam que o saldo de aproximadamente R$ 25 bilhões em reestruturação de passivos provavelmente diluirá os acionistas minoritários devido à conversão dos US$ 2,3 bilhões em dívida em patrimônio, sendo:

  1. US$ 950 milhões de financiamento DIP;
  2. US$ 1,2 bilhão relacionados à “nota garantida sênior” (ESSN) de 2028 e;
  3. US$ 100 milhões em passivos de arrendamento de aeronaves;

Em resposta ao Money Times, a Gol informou que respeita, mas não comenta sobre opiniões de analistas de mercado.

“A companhia preza pela transparência e segue as melhores práticas de governança corporativa. A reestruturação anunciada no dia 25/01 tem por objetivo viabilizar o crescimento da companhia ao endereçar sua estrutura de capital para que tenhamos melhores resultados no futuro”, coloca.

Mais cedo, a empresa divulgou informações preliminares não-auditadas sobre o resultado o do quarto trimestre, com patrimônio líquido negativo de R$ 23,35 bilhões.

A cifra marca um crescimento de 6% sobre o patrimônio líquido negativo de R$ 22 bilhões do terceiro trimestre. Na mesma comparação, o total de ativos da companhia recuou 2,1%, de R$ 17,2 bilhões para R4 16,8 bilhões.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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