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Dólar alto fora, pressão no real aqui. Como as commodities agro podem ganhar com aversão ao risco

22 ago 2022, 11:38 - atualizado em 22 ago 2022, 11:57
Nova York em linha positiva deve anular pressão de vendas de café com dólar mais alto (Imagem: Reprodução)

A semana já está dando mostras de que as commodities agrícolas vão ter uma nova safra de fortes oscilações e o dólar contra o real (USDBRL) deverá ficar mais presente no radar dos agentes, especialmente porque a divisa americana cotada internacionalmente pode seguir ganhando.

O dólar DXY vem de quatro dias consecutivos de altas, pressionando o real que se desvalorizou 1,87% na semana anterior. Nesta segunda (22), o movimento das moedas se repete, respectivamente em mais 0,47% e menos 0,60% (R$ 5,20), às 11h37.

Sexta, Jerome Powell, chair do Federal Reserve (Fed), discursa em Jackson Hole, na conferência anual de bancos centrais, mas antes a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) será divulgada. E a China abriu a semana afrouxando mais os juros para reanimar a economia, que agora volta a ficar ameaçada com novos focos de covid.

Vale lembrar que o petróleo bateu os US$ 97 mais cedo hoje, mas agora caiu bruscamente para US$ 92.

Os indicativos de desaceleração da economia mundial estão renovados, combinada com inflação acima da meta na Europa e Estados Unidos.

Enfim, os próximos dias prometem deixar o dólar internacionalmente valorizado, também valorizado no Brasil em clima de campanha política.

Commodities

O dólar mais potente na troca por reais torna as vendas de cafés mais agressivas, diz Marcus Magalhães, CEO da Maros Corretora e da MM Cafés.

E mesmo que esse estímulo cambial costume pressionar Nova York, pela oferta maior brasileira, a commodity está com viés altista, inclusive já olhando a safra do ano que vem com alguma preocupação em relação às chuvas sobre a florada de setembro e outubro.

Daí que o efeito cambial não é canibalizado e, ao contrário, fornece mais suporte, traduz o trader.

Agora, por exemplo, a tela de dezembro do arábica dispara mais de 4%, a 221,95 centavos de dólar por libra-peso.

Para a soja, em outro caso, o real depreciado sempre é um componente de peso. Ao contrário do café, que costuma perder com mais fixações, a oleaginosa até costuma subir uma vez que a demanda vai enxugando a mais a oferta.

Os analistas Marcos Araújo, da Agrinvest, e Valmir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, veem positivamente a depreciação do real na formação de preços, e ainda contando com a possibilidade de retomada da alta em Chicago.

“Está seco nos Estados Unidos”, lembra Brandalizze, vocalizando ainda as incertezas e o balanço do clima nas lavouras, apesar de que em mais umas duas semanas não deverá refletir nos preços uma vez concluída a fase de desenvolvimento do grão.

Na semana passada, a cotação de novembro sofreu revés acumulado e hoje se mantém com compras técnicas, em alta moderada de 0,40%, a US$ 14,08, como Money Times já havia relatado bem mais cedo.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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