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Dólar busca R$ 5 com inflação dos EUA e leitura de Fed menos agressivo

10 ago 2022, 11:40 - atualizado em 10 ago 2022, 11:40
Dólar
Dólar cai abaixo de R$ 5,05 após CPI melhor do que esperado nos EUA e chances de redução no ritmo de alta dos juros pelo Federal Reserve (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo)

O dólar à vista recua 1,5% e opera no menor nível em dois meses, a R$ 5,04, acompanhando o movimento no exterior. A moeda reage aos dados de inflação dos Estados Unidos (CPI), que vieram abaixo do esperado e devem atenuar o tom mais agressivo (“hawkish”) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Com isso, cresce a chance de alta menor nos juros dos EUA. No mês passado, a inflação americana ficou estável, após alta de 1,3% em junho, abaixo da previsão do mercado de 0,2%. Em base anual, a alta ficou em 8,5%, também abaixo das projeções de analistas, de 8,7%.

Até então, o dólar oscilava sem direção definida antes da divulgação dos números, chegando a operar acima de R$ 5,13. Porém, após o CPI, o dólar futuro, com vencimento em setembro, caía 1,5%, abaixo de R$ 5,08. Lá fora, o Dollar Index acelerou a queda para 1,3%, aos 104,984 pontos.

Dólar mira Fed após CPI surpresa

Para sócio analista da Ajax Asset, Rafael Passos, o CPI pegou o mercado de surpresa. “Os dados abaixo do esperado dão fôlego aos ativos de risco aqui e lá fora com a mensagem de que não é necessário, ainda, ter um Fed muito duro na próxima reunião”, diz. 

No mercado futuro, as apostas de alta de 0,75 ponto percentual (pp) na taxa de juros dos EUA no mês que vem caíram a 31,5%, de 68% ontem. Já a chance de alta menor, de 0,50 pp, avançou para 68,5%, de 32% das apostas, segundo o CME Group. 

“Esse resultado [do CPI] tira a pressão do Fed realizar um aperto monetário tão forte, o que abre espaço para altas de menor magnitude [na taxa de juros dos EUA]”, acrescenta o sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac.

Com isso, o curto prazo deve ser mais positivo para o dólar, diz Passos, da Ajax.  Para ele, tal movimento leva em conta a queda dos títulos de juros norte-americanos (Treasuries) e dos ativos no exterior.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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