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Estatais têm melhor retorno na Bolsa em dois anos, revela estudo

14 out 2022, 11:46 - atualizado em 14 out 2022, 11:46
Banco do Brasil Estatais
Estatais já registram melhor retorno na Bolsa em dois anos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Índice Bolsas Estatais, criado e calculado pela Teva Indices, apontou que as estatais têm o melhor retorno na Bolsa em dois anos, registrando retorno de 33,3%, até o momento, em 2022, ante 11% do Ibovespa.

Em 2020, o índice registrou retorno de -22%, enquanto em 2021 o retorno registrado ficou no positivo, contudo, de apenas 0,1%.

Em setembro deste ano, o retorno foi de -7,6%, ante 0,5% do Ibovespa. Com este resultado, até outubro de 2022, o índice apresenta apenas três fechamentos negativos.

Segundo a Teva, o Índice Bolsas Estatais visa refletir o retorno total de preços, proventos e eventos de uma carteira diversificada composta pelas empresas brasileiras com controle ou influência estatal e que atendam aos critérios da Classificação Setorial Teva Indices.

Cenário eleitoral

Em 2018, também em ano eleitoral, o índice encerrou o ano registrando um expressivo desempenho positivo, de 40,7%. Neste período, em que Jair Bolsonaro foi eleito, existia a expectativa da privatização das estatais, como a Petrobras.

No ano seguinte, em 2019, o índice da Teva registrou desempenho ainda positivo, de 33,4%, enquanto em 2020, em meio ao início pandemia de covid-19, o índice desabou, encerrando o ano em -22%.

Até outubro deste ano, o desempenho registrado já se aproxima do patamar de 2018, novamente com expectativas em relação ao futuro das estatais, em meio às eleições de 2022, que colocarão Bolsonaro ou Lula de volta no poder.

Estatais blindadas: por que elas não estão caindo?

Mesmo em meio ao cenário eleitoral incerto e polarizado entre os dois candidatos, as ações das estatais brilharam neste ano. Petrobras (PETR4) salta mais de 60% e Banco do Brasil (BBSA3) dispara 51% em 2022.

Os motivos são praticamente os mesmos: resultados estelares, recheados de gordos dividendos.

Apesar das ameaças constantes do ex-presidente Lula, que já classificou o lucro do BB como de “um banco privado”, além do histórico intervencionista de Bolsonaro, que trocou quatro vezes o CEO da Petrobras, gestores continuam segurando as empresas nas carteiras.

“O mercado tem um pessimismo enorme com a vitória do Lula, mas Lula não é Dilma“, disse Leonardo Rufino, da Mantaro Capital. Para ele, a realidade das gestões de estatais “certamente” será pior com o líder petista do que é agora. “Mas a gente não vê irracionalidade”.

“As empresas estão com preços absurdos. A Petrobras gera muito caixa. Para o governo destruir a Petrobras, teria que agir rapidamente, porque hoje a assimetria é brutal”, argumentou.

Segundo Rufino, a ingerência sobre as empresas foi reduzida e desmantelar a Lei das Estatais poderia “dar trabalho” para um governo intervencionista.

O gestor ainda ponderou que Lula não é “chegado a arroubos”. “Se fosse Ciro que estivesse na frente, as ações [das estatais] estariam lá embaixo”, completou. “A gente espera sensatez [do Lula]”.

Bruno Di Giacomo, da Nero Investimentos, guarda mais pessimismo e afirma que investir em estatais seria apostar na vitória de algum candidato. “Estamos fora de jogo”, disse.

Está caro ou barato?

Os dados do índice apresentam ainda a evolução do retorno preço/lucro das estatais. O preço médio apresentado é de cerca de 7 vezes.

O índice aponta que, em 2020, o preço caiu drasticamente, ficando abaixo de 1 vezes. Contudo, logo no início de 2021, o preço saltou para mais de 18 vezes.

Em julho deste ano, o preço está de volta a média histórica, de 7 vezes, após as oscilações expressivas registradas nos anos anteriores.

Estatais
(Gráfico: Teva Indices)

Carteira do índice de estatais

“Com essa seleção única, o investidor tem exposição a todas as empresas públicas da bolsa, que atendam aos critérios de elegibilidade do índice, de uma única vez”, diz a Teva.

Veja as ações:

Empresa Ticker Exposição
Banco do Brasil BBAS3 20%
Sabesp SBSP3 11,76%
BB Seguridade BBSE3 10,96%
Petrobras PETR4 10,49%
Cemig CMIG4 10,24%
Petrobras PETR3 9,51%
Copel CPLE11 6,43%
Embraer EMBR3 5,32%
Cemig CMIG3 3,86%
Caixa CXSE3 2,73%
Sanepar SAPR11 2,21%
Copasa CSMG3 1,76%
IRB IRBR3 1,64%
Barinsul BRSR6 1,47%
Copel CPLE6 1,16%

* Com Kaype Abreu e Renan Dantas

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Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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