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EUA consomem menos suco, estoques sobem, anulam safra ruim no Brasil e preços derretem

21 jun 2021, 11:29 - atualizado em 21 jun 2021, 12:01
Laranja
Quebras de safras no Brasil estão sendo anuladas por consumo menor (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Todos os fatores vinham indicando altas consistentes no suco de laranja devido, especialmente, a duas safras bens ruins brasileiras, a que acabou e a próxima. Mas eis que se surgiu uma variável que derruba qualquer prognóstico quando se trata de destinos das exportações.

Como nos grãos, onde a China determina os rumos de qualquer balanço de oferta e demanda. No suco de laranja, são os Estados Unidos.

E o maior consumidor mundial da bebida saiu de maio com vendas internas fracas. Apesar do ritmo quase pós-pandemia da sociedade americana, 16% menor ficou o mercado, de acordo com a Nielsen.

Nos quatro meses anteriores, também ficaram abaixo.

Daí então que os estoques globais entraram junho mais inchados. No Brasil, em relatório do dia 9, a CitrusBR, que reúne os players nacionais, informou inventários de 310,7 mil toneladas na safra 20/21, 14% acima do estimado em fevereiro, embora 34% menor que no mesmo período de 2020.

Desde então, o suco despencou na bolsa de soft commodities de Nova York, saindo dos 128,70 centavos de dólar por libra-peso para os 115 atuais, no vencimento julho, às 11h20 (Brasília).

Em análise da Fruit Processing, publicação internacional, o nível de suco de laranja concentrado congelado (FCOJ) nas câmaras frias dos grupos brasileiros está bem folgado acima das 250 mil/t consideradas estratégicas

No primeiro semestre da safra brasileira atual, de junho a dezembro, as exportações brasileiras também foram menores. E, portanto, tem um efeito carrego.

Para completar, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), há uma semana, elevou em mais 2% a safra da Flórida ante ao relatório anterior.

Cerca de 1 milhão de caixas a mais pode ser pouca coisa, totalizando 52,7 milhões, principalmente na comparação com o produzido lá na safra 19/20 (67,4 milhões), mas o somatório dos fatores (sic) ajudam a tirar preços em Nova York.

Para o Brasil, a boa notícia é para a safra 21/22 os estoques serão menores e a safra será também de baixa, depois de tantos meses de seca em 2020 e 2021.

 

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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