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EUA: yuan digital gera tensão em audiência sobre CBDCs na Câmara

28 jul 2021, 8:29 - atualizado em 28 jul 2021, 10:13
EUA China
Legisladores americanos se preocupam com as mesmas questões de sempre: perder a dominância do dólar, perder o bonde da inovação e o nível de supervisão autoritária do Estado chinês (Imagem: REUTERS/Aly Song)

Legisladores concordam que os EUA estão atrasados em relação ao desenvolvimento de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) e querem saber o que “recuperar o tempo perdido” significaria para o dólar.

Nessa terça-feira (27), em uma audiência do Subcomitê da Câmara de Subcomitê de Segurança Nacional, Desenvolvimento Internacional e Política Monetária, legisladores perguntaram aos especialistas da indústria o quão atrasados estão os EUA — principalmente em comparação à China.

Apesar do título entediante — “As Promessas e os Perigos de Moedas Digitais de Bancos Centrais”, em português —, grande parte dos legisladores usou seu tempo para questionar quão prejudicial seria para os EUA atrasarem o desenvolvimento de um dólar digital e quais elementos de um projeto iriam se beneficiar de soluções da ação pública ou do setor privado.

Os deputados Jim Himes e Andy Barr expressaram sua preocupação com a “inação”. Himes questionou se o horizonte temporal de inação faria com que os EUA perdessem “a capacidade de liderar e inovar” no setor de CBDCs.

Himes perguntou: “Seriam três meses? Três anos?”.

Embora a participante doutora Julia Coronado, fundadora da MacroPolicy Perspectives (MPP), tenha afirmado que uma contagem regressiva sobre ficar para trás seja irreal, ela destacou algumas métricas importantes:

O que eu consideraria como um sinal de que os EUA perderam o trem seria a adesão em grande escala de uma moeda digital de banco central e avanços internacionais.

Em desenvolvimento desde 2014, é provável que o yuan digital esteja em pleno funcionamento na China durante as Olimpíadas de Inverno de Pequim em 2022 (Imagem: Reuters/Florence Lo/Illustration)

Atualmente, os únicos exemplos disso são transações interbancárias do yuan digital entre regiões como a China e os Emirados Árabes Unidos.

Barr destacou seus receios ao perguntar diretamente sobre a China: os EUA estão no caminho de ceder à vantagem competitiva da China nesse setor?

Robert Baldwin, líder de políticas da Association for Digital Asset Markets (ADAM), estava menos preocupado. Preocupações com a privacidade e a falta de controles de capital sobre a oferta da China tornariam o dólar mais atrativo a título de comparação:

Os EUA precisam alcançar o desenvolvimento da China, mas quando os EUA apresentarem sua própria alternativo, é claro que haverá um incentivo para que o sistema atual utilize um sistema desenvolvido nacionalmente.

Embora alguns tenham focado no ritmo da inovação, outros legisladores que, segundo seu histórico, sempre quiseram regulamentar blockchains, perguntaram como seria a inovação.

Alguns observadores especularam que o yuan digital da China será usado como uma ferramenta de supervisão para rastrear cidadãos. É imperativo, de acordo com alguns do Congresso Americano, que a arquitetura de um dólar digital não possua os mesmos recursos.

Por esse motivo, o deputado Tom Emmer apresentou uma solução mais favorável à privacidade:

Qualquer tentativa de criação de uma moeda digital de banco central que permita que o Fed ofereça contas bancárias ao varejo e transforme a CBDC em uma ferramenta de supervisão, capaz de coletar todos os tipos de informação sobre americanos, não faria nada além de equiparar os Estados Unidos com o autoritarismo digital da China.

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