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Falência de grupo bilionário nos EUA e empresas ‘viram a página’ no assunto inflação

15 maio 2023, 15:37 - atualizado em 15 maio 2023, 15:37
Vice Media Estados Unidos império bilionário
Falência da Vice News pauta o noticiário financeiro nos EUA nesta segunda-feira.

Vice News e mais seis companhias entram em recuperação judicial em fim de semana agitado

Enquanto as condições de crédito continuam se deteriorando nos Estados Unidos, um número cada vez maior de empresas está se submetendo ao capítulo 11, a lei de recuperação judicial americana.

Neste fim de semana, a ‘vítima’ da vez foi a Vice News. A empresa de mídia, cujo foco se dava em um público mais jovem, chegou a valer quase US$ 6 bilhões, mas teve lidar constantemente com problemas de rentabilidade.

Nos últimos meses, uma queda acentuada da receita com publicidade levou a cortes na força de trabalho e no fechamento de divisões não lucrativas.

O documento da Vice enviado à justiça de Nova York mostra que a empresa tinha ativos e passivos financeiros avaliados entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão. Além disso, a empresa possuía mais de 5000 credores, com os quais a empresa precisará negociar seus ativos.

Segundo eu cofundador, Shane Smith, o pedido de falência almeja facilitar a procura por um comprador e a marca ‘Vice’ deverá ser mantida mesmo após a aquisição.

A falência da Vice marca mais um capítulo da crise no setor midiático dos EUA. Em abril, o Buzzfeed disse que fecharia completamente sua divisão de notícias e, na semana passada, a Paramount Media encerrou o MTV News.

Além da Vice News, mais seis outras companhias pediram falência. Entre elas, também destaca-se o caso da Envision Healthcare, companhia especializada em equipamentos médicos e hospitalares, já que a mesma é financiada por um grande fundo de private equity dos EUA: o Kohlberg Kravis Roberts (KKR), cuja capitalização de mercado supera os US$ 56 bilhões.

Empresas menos preocupadas com inflação no 1T23

Menos empresas falaram sobre inflação em suas teleconferências no primeiro trimestre. De acordo com um levantamento feito pelo FactSet, das 500 companhias listadas no S&P, 278 citaram o termo “inflação” como fator de influência nos resultados.

Este é o menor número de companhias desde o segundo trimestre de 2021. Por setor, o maior número de citações vem de grupos financeiros e industriais.

A menor preocupação com inflação nos resultados das empresas assinala uma mudança de foco corporativo, agora já mais centrada na questão do crescimento vis-à-vis a alta dos juros.

Bancos regionais sobem em bloco em busca de recuperação

Dez semanas se passaram desde o começo da crise dos bancos regionais e, quatro falências depois, outros players tentam se manter vivos no jogo.

Mas desde que a SEC e reguladores estaduais subiram o tom contra as operações shorteadas relacionadas à queda dos bancos, os papéis regionais voltaram a respirar com mais tranquilidade.

Outro apoio de peso veio de James Dimon, CEO do JPMorgan. Na última semana, o executivo defendeu a proibição das vendas a descoberto dentro do setor bancário.

Nesse contexto de pacificação temporária do ambiente bancário, as ações das instituições financeiras voltam a ser compradas por investidores. Nesta segunda-feira, Western Alliance Bancorp., Pacific Western Bancorp., Comerica são alguns dos destaques de alta em Wall Street.

Apesar de terem reportado quedas substanciais nos depósitos, os bancos reafirmam possuir níveis adequados de liquidez.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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