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Fundos imobiliários: A primavera será de calmaria? Corte da Selic beneficia dois segmentos

22 set 2023, 12:50 - atualizado em 22 set 2023, 12:50
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Índice de fundos imobiliários se despede do inverno, que deixará saudades, com sinal positivo após quatro dias de queda e de BCs (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

Neste sábado (23), começa a primavera. Se ela será de calmaria, como diz a canção, ninguém sabe. Segundo meteorologistas, essa é a estação do ano mais difícil para fazer previsões climáticas. Tão instável quanto o mercado financeiro.

Contudo, a primavera pode começar mais calma para o índice de fundos imobiliários (Ifix), que vem de uma sequência negativa. Após cair por quatro pregões seguidos, o Ifix opera em alta nesta sexta-feira (22) ainda digerindo as mensagens de Bancos Centrais.

Por volta das 12h50 (de Brasília), o índice de FIIs subia 0,12%, aos 3.228 pontos, com volume financeiro baixo para o horário, de menos de R$ 100 milhões.



Corte da Selic é bom para quais fundos imobiliários?

No entanto, o segundo corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a 12,75%, é positivo para os fundos imobiliários.

Segundo o analista da Rico Investimentos, Antônio Sanches, historicamente, o Ifix apresentou tendência de alta em momentos de cortes na taxa básica de juros. Desta forma, o índice vem exibindo valorização desde abril, podendo engatar na próxima semana a sexta alta mensal seguida. No ano, ele avança 12,5%.

10 FIIs que estão pagando dividendos acima da taxa Selic

“Isso ocorre porque o mercado começa a ter uma visão mais otimista sobre o desempenho do mercado imobiliário em geral. Assim, passa a ter um maior apetite ao risco, na busca por quais classes de ativos poderão trazer mais retornos em cenários de juros mais baixos”, avalia Sanches.

Fundos imobiliários que se beneficiam da queda de juros

Os fundos de tijolo são os que mais se beneficiam do ciclo de afrouxamento monetário. Além dos cortes de agosto e desta semana, o Banco Central já sinalizou que deverá promover mais duas reduções da Selic, também em 0,50 p.p., fechando o ano em 11,75%.

Sendo assim, Sanches explica que esses FIIs costumam apresentar retornos atraentes, provenientes tanto do aluguel das propriedades que investem como da valorização de suas cotas.

Além disso, outro aspecto a ser considerado em período de queda de juros, ele diz, é a avaliação do valor dos imóveis presentes no portfólio de fundos de tijolos. 

“Dependendo do portfólio do FII, essas avaliações ou reavaliações podem ter um impacto significativo em seu valor patrimonial’, acrescenta o analista da Rico.

Os fundos de papel, que investem em ativos financeiros atrelados ao mercado imobiliário como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras Hipotecárias (LHs), também são beneficiados.

Sanches avalia que os recebíveis imobiliários indexados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) – taxa de juros que acompanha de perto a Selic -, tendem a se comportar de forma diretamente proporcional às mudanças na taxa de juros.

Contudo, o profissional da Rico destaca que fundos de recebíveis com títulos atrelados ao IPCA+ ou ao IGP-M – indicador utilizado no reajuste de contratos de aluguel -, seguirão oferecendo importante proteção contra a inflação.

“Os FIIs indexados ao IPCA+ e ao CDI+ ainda podem apresentar bons retornos para os cotistas, principalmente em ganhos de dividendos“, diz o analista da Rico, reforçando que a diversificação dos ativos também pode ajudar a reduzir o impacto da queda dos juros.

FIIs de destaque

Na contramão dos pregões anteriores, os fundos de papel operam comportados nesta sexta-feira. Assim, quem lidera as altas é o RBR Alpha Multiestratégia Real Estate (RBRF11), de 1,7% no horário acima.

Em contrapartida, o Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) registrava a maior queda entre os fundos listados no Ifix, de 1,7%, devolvendo parte dos ganhos de mais de 2% na véspera.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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