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Fundos imobiliários: Baque do Copom e sequência positiva em xeque; entenda

22 jun 2023, 11:00 - atualizado em 22 jun 2023, 11:00
Banco Central, Copom, Selic, Juros selic 13,75% 21 julnho
Índice de fundos imobiliários oscila sem direção única após Copom mais duro do que o esperado e pode perder marca (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Investidores de fundos imobiliários digerem nesta quinta-feira (22) a decisão de Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que pegou o mercado de surpresa.

Ontem, o Copom não apenas manteve a taxa Selic em 13,75% pela sétima vez como também não deixou sinais de que realmente poderá um ciclo de corte de juros na próxima reunião, em agosto. Com isso, analistas viram um BC mais duro (“hawkish”) do que o esperado.

Para o diretor de alocação e distribuição da InvestSmart, André Meirelles, o Banco Central manteve o tom técnico e mostrou que houve uma melhora na inflação. Porém, ainda mostra que o futuro da política monetária dependerá desses dados. “Para reunião de agosto, a decisão do Copom não se mostrou clara”, diz.

Contudo, ainda pensando no cenário de corte de juros que o mercado acredita começar em algum momento do segundo semestre, o sócio e head de agro da Vectis Gestão, Alessandro Correa, entende que o ambiente é propício para ativos de riscos e os fundos imobiliários deverão ser beneficiados.

“Eles são um instrumento capaz de gerar retornos maiores para os investimentos, uma vez que o custo de oportunidade do investidor deve cair”, diz.

Além disso, segundo ele, com o cenário de corte de juros também deve haver uma melhora da situação de crédito geral das empresas. “Haja visto que boa parte da dívida das empresas é pós-fixada e uma queda da Selic reduz imediatamente os seus respectivos custos de crédito”, avalia.

Índice de fundos imobiliários

Quem sente os efeitos dessa surpresa nada agradável é o índice referência do setor, o Ifix, da B3. O índice abriu o pregão tentando encontrar uma direção e ficar de vez na marca dos 3.100 pontos. De volta aos níveis pré-pandemia, o Ifix ensaia dar fim à sequência de dez altas seguidas.

Por volta das 11h (de Brasília), o índice de FIIs operava na estabilidade, aos 3.103 pontos, após pisar em terrenos positivo e negativo.



Entre os fundos imobiliários listados no Ifix, o Tellus Properties (TEPP11) tinha a maior alta no horário acima, de 0,8%.

Por outro lado, o Santander Renda de Aluguéis (SARE11) exibia a maior queda, de 1,1%, após comunicar ao mercado que a empresa locatária dos conjuntos 1401B e 1501B da ala B do Condomínio WT Morumbi, em São Paulo, pretende devolver os imóveis.

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No entanto, o SARE11 estima que, considerando o aviso prévio de entrega das chaves, a multa por rescisão antecipada e a devolução proporcional do desconto aplicado, não deverá ser impactado financeiramente até junho de 2024. Porém, após a data, o FII deverá ter impacto negativo de R$ 0,06 por cota na distribuição de rendimentos.

Outro fundo imobiliário impactado com essa rescisão de contrato de aluguel é o Hedge AAA (HAAA11), que detém fatia de 25% da Ala B do edifício. Estima-se impacto de R$ 0,04 por cota quando o imóvel estiver desocupado.

O HAAA11 diz que a área a ser desocupada, de 3 mil metros quadrados, representa 3,4% de sua área locável e 4,7% de sua receita imobiliária contratada.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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