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Fundos imobiliários: Papéis derretem e calote de aluguel impacta dividendo

11 abr 2023, 18:15 - atualizado em 11 abr 2023, 18:15
Fundos Imobiliários FIIs
Índice de fundos imobiliários acompanhou o céu de brigadeiro que prevaleceu no mercado local, mas FIIs de papel tombaram (Imagem: Reprodução/Freepik)

O fundo imobiliário Max Retail (MAXR11) comunicou ao mercado que, até esta terça-feira (11), um dos locatários de seus ativos não fez o pagamento total do aluguel vencido em março, referente a fevereiro.

Com isso, a distribuição de rendimentos do fundo teve impacto negativo de R$ 0,0772 por cota. Apesar de não citar nomes, um grande inquilino do MAXR11 é a Americanas (AMER3).

Em comunicado, o FII reforça que a sua administradora, o BTG Pactual, está trabalhando em conjunto com o consultor imobiliário do fundo para fazer jus aos valores em aberto.

Índice de fundos imobiliários

O índice de fundos imobiliários (Ifix) fechou em alta em linha com os ativos domésticos, que tiveram um dia de forte otimismo. O índice Ibovespa saltou 4,3%, acima dos 106,2 mil pontos, na maior variação percentual desde outubro.

Com isso, o Ifix encerrou o pregão desta terça-feira em alta de 0,17% (após ajustes), aos 2.765 pontos. O volume de negócios foi em linha com o registrado na véspera.

Entre os fundos imobiliários listados no índice do setor, o Tellus Properties (TEPP11) liderou as altas, de 2,90%.

Fundos de papel despencam após IPCA

Em contrapartida, os fundos de papel Versalhes Recebíveis (VSLH11),  Hectare CE (HCTR11) e Devant Recebíveis (DEVA11) lideraram as quedas, de 6,95%, 5,77% e de 5,33%, respectivamente.

Esses FIIs vem sendo castigados nas últimas semanas em meio ao calote envolvendo o pagamento de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Entretanto, o tombo de hoje é reflexo do resultado do índice oficial de inflação do país (IPCA) de março, no qual o mercado doméstico passou a considerar que o Banco Central (BC) poderá cortar a taxa de juros antes do previsto.

Isso porque o IPCA teve alta de 4,65% no acumulado dos últimos 12 meses até março, ficando dentro do centro da meta estabelecida pelo BC. A especialista em fundos imobiliários e sócia da Acqua Vero, Lana Santos, lembra que o cenário foi de deflação no ano passado.

No entanto, a queda da inflação foi repassada para os fundos de papel meses depois. Portanto, é preciso aguardar mais um período para ver os efeitos da desaceleração da inflação exibida no mês passado. Mas impacta no rendimento dos fundos.

“O IPCA de março, abaixo do esperado, pode indicar uma redução na distribuição de dividendos pelos fundos de papel, já que o indicador é um dos maiores indexadores dessas carteiras”, diz.

Ela acrescenta que a taxa de juros mais alta favorece os fundos de papel, de forma geral. “Essa expectativa de queda da taxa Selic pode reverter essa tendência”, comenta.

 

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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