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Fusão entre Gol e Smiles vai pôr fim ao desalinhamento de interesses

08 dez 2020, 12:55 - atualizado em 08 dez 2020, 12:56
Sede da Smiles (SMLS3)
Segundo o BTG Pactual, a incorporação da Smiles pela Gol é positiva, pois deve acabar com o desalinhamento na governança corporativa, que tem sido um grande fator negativo para a empresa controlada (Imagem: LinkedIn/Smiles)

Após uma tentativa frustrada de incorporar a Smiles (SMLS3) no ano passado, a Gol (GOLL4) voltou a apresentar ao conselho de administração da empresa de programas de fidelidade uma proposta de fusão societária.

De acordo com o comunicado divulgado ontem, os acionistas da Smiles receberiam 0,825 ação preferencial da Gol para cada ação ordinária. Outras opções seriam o pagamento de R$ 22,32 por ação da Smiles ou uma solução que envolve parte do pagamento em dinheiro e outra em ações.

Na avaliação do BTG Pactual (BPAC11), a proposta de incorporação é positiva para ambas as companhias, em especial à Smiles. Além de criar um programa de fidelidade mais competitivo e entregar grandes sinergias fiscais, a fusão acaba com o desalinhamento na governança corporativa, que tem sido um grande fator negativo para a empresa controlada. Pelo lado da Gol, a incorporação é positiva em termos de taxa de liquidez e melhor regime fiscal.

Por conta da pandemia de Covid-19, a Gol quer que o processo de análise e negociações da proposta seja concluído dentro de 30 dias.

Em outra nota, também divulgada ontem, a Gol informou o reajuste dos preços das passagens padrão vendidas pela Gol à Smiles e das milhas vendidas pela Smiles à Gol. A partir de 1º de janeiro de 2021, os preços das passagens vendidas pela Gol à controlada terão redução de 4,3%, enquanto os valores das milhas vendidas pela administradora do programa de milhagem da Gol terão acréscimo de 5%.

Dados de novembro

Avião da Gol GOLL4
Pela primeira vez desde que a crise começou, a Gol apresentou em novembro fluxo de caixa positivo de R$ 3 milhões/dia (Imagem: Facebook/ Gol)

A Gol publicou no mesmo dia o relatório de Atualização ao Investidor referente ao mês de novembro.

Desde a última atualização, em meados de outubro, a Gol aumentou sua oferta para 369 voos por dia, tendo operado 450 voos diários nos períodos de pico. As vendas brutas somaram R$ 886 milhões e a taxa de ocupação média foi de 84,5%.

O desempenho da companhia aérea em novembro foi impulsionado pelas vendas da Black Friday. A Gol vendeu mais de meio milhão de bilhetes durante a campanha, contribuindo para um crescimento mensal de 35% nas buscas por passagens aéreas.

“O bom resultado do mês de novembro, estimulado pelas fortes vendas na Black Friday, contribui para aumentar nossa confiança quanto a uma demanda contínua por viagens durante a temporada de verão no Brasil”, disse Paulo Kakinoff, diretor presidente da Gol, em comunicado.

Pela primeira vez desde que a crise começou, a Gol apresentou fluxo de caixa positivo de R$ 3 milhões/dia. A companhia projetava um consumo líquido de caixa para o período.

A companhia encerrou novembro com liquidez total em torno de R$ 2,3 bilhões – R$ 6 bilhões se forem considerados os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados. O prazo líquido médio de vencimento da dívida de longo prazo, desconsiderando o arrendamento de aeronaves e notas perpétuas, é de três anos.

Segundo o BTG, os dados mensais confirmaram o que o mercado já esperava: o plano de retomada da empresa segue caminhando. O banco tem a Gol como a ação top pick no setor aéreo, dada a menor exposição ao mercado internacional em comparação com os pares, o programa de redução de frota e a redução gradual de risco da tese de investimento após a conclusão do pagamento de empréstimo com a Delta.

“Na nossa opinião, atualizações sobre a emissão de empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou outras alternativas de financiamento devem continuar sendo um importante catalisador de curto prazo”, acrescentaram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.

O BTG manteve a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 31.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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