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História das safras de milho e café será contada também pela renegociação de contratos

02 jun 2021, 18:07 - atualizado em 02 jun 2021, 18:55

 

Café
Café contado nesta safra vai dificultar cumprimento de contratos por parte de muitos produtores (Imagem: Pixabay)

Assim que a colheita do milho e do café andar para valer, em pouco tempo, deverá ficar mais claro a previsão do mercado e o motivo das advertências das tradings quanto a tentativas de os produtores renegociarem os contratos por dificuldades na entrega diante de safras bem menores.

Embora previsível nos termos das negociações, a prática, conhecida por washout, equivale a rompimento de contrato – mesmo que o produtor pague pela recompra – e não é aceita pelas negociantes mundiais.

O gatilho legal para a medida é em caso de falta severa do produto por condições graves que impliquem em perda das safras.

É o que os produtores de milho e café devem tentar com a quebra significativa das safras atuais, mas como sempre houve movimentos considerados abusivos, tidos como oportunistas, as tradings e importadores tendem a não acreditar.

Para Jânio Zeferino, CEO da AgroEasy, consultoria especializada em café, “isso [renegociação] vai acontecer com certeza”. Na cultura, as estimativas de quebra, por deficiência hídrica, alcançam até 40%, segundo a Emater viu em Minas Gerais, maior produtor ancional.

Mas há o lado especulativo do mercado, inclusive como Money Times informou em 27 de abril.

Nesse período ainda não se tinha uma visão clara do tamanho da redução do milho de inverno, que pode não passar de 62 milhões de toneladas, ante a previsão inicial de até 80 milhões, segundo a StoneX, por exemplo.

O movimento de washout visto, portanto, era a tentativa de se ganhar com o mercado interno pagando muito melhor que a cotação de Chicago.

Situação semelhante à vista no começo de fevereiro, especialmente com a soja, e também abordada aqui.

Agora, de fato vai faltar grão para muita gente que vendeu antecipadamente acima do que vai acabar colhendo.

“Penso que quem procurar se antecipar para negociar o washout vai se dar bem”, complementa Jânio Zeferino.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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