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Ibovespa: Cielo (CIEL3) dispara 17% e BRF (BRFS3) se recupera; veja as maiores altas do mês

31 maio 2022, 18:35 - atualizado em 31 maio 2022, 18:47
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
(Imagem: Diana Cheng/Money Times)

Maio vai chegando ao fim e confirmando o que muitos analistas previam: ano de intensa volatilidade. Depois de despencar 8% em abril, o Ibovespa recuperou parte do fôlego, com alta de 3,2% em maio.

A Ágora Investimentos recorda que estamos “no meio do caminho”. “O momento atual é de transição de ciclos econômicos. Neste sentido, o assunto principal do mês de maio poderia ser resumido em uma frase: o tamanho do aperto monetário lá fora e no Brasil”, coloca.

Os analistas lembram que as pressões inflacionárias continuaram presentes e as medidas que os bancos centrais estão adotando para controlar a inflação permaneceram no centro das atenções.

O mês teve início com a “super quarta-feira” quando o Copom subiu a Selic em 1 p.p. para 12,75% a.a. e o FOMC
elevou o juro americano em 0,5 p.p. para a faixa de 0,75-1%.

Além disso, algumas empresas divulgaram seus resultados do primeiro trimestre, o que também ajudou a impulsionar seus valores de mercado.

As ações campeãs  

5º colocado: Ultrapar

A Ultrapar (UGPA3) divulgou seus resultados mostrando grande recuperação, com salto de 236% no lucro do primeiro trimestre de 2022 ante mesmo período do ano passado, para R$ 461 milhões.

Segundo a empresa, o número foi fruto do maior Ebitda e do efeito líquido da cessação de depreciação das operações descontinuadas, atenuado pelo aumento na despesa financeira líquida e maiores custos e despesas com depreciação e amortização.

receita somou R$ 34 bilhões, alta de 42%, puxado pelo o aumento na receita líquida em todos os negócios, principalmente na Ipiranga. Em relação ao quarto trimestre, a receita líquida diminuiu 1%, reflexo principalmente do faturamento sazonalmente menor na Ipiranga.

Além disso, a empresa anunciou o pagamento de de R$ 400 milhões em juros sobre o capital próprio.

A ação saltou 13,94% no período.

4º colocado: Eneva

A Eneva (ENEV3) também contou com vários gatilhos ao longo de maio. O primeiro deles foi o lucro líquido de R$ 184,4 milhões. Apesar da queda de 20%, os números vieram dentro do esperado.

Além disso, no mês, o consórcio formado por Eneva e PetroReconcavo foi escolhido pela Petrobras como ofertante vinculante selecionado para a aquisição do complexo Bahia Terra O&G. A Eneva tem 40% de participação no consórcio e a  PetroReconcavo (RECV3) tem 60%.

Já no final de maio, a empresa firmou contrato de fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) para unidades industriais da a Suzano (SUZB3) em Imperatriz (MA).

O contrato vale por 10 anos a partir do início das vendas, previstas para o primeiro semestre de 2024.

A ação saltou 13,56% no mês.

🏆 3º colocado: Bradesco 

O Bradesco (BBDC4) também divulgou seus números do primeiro trimestre, que agradaram o mercado e mostraram que o guidance (projeção) para 2022 havia sido conservadora.

O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões no primeiro trimestre deste ano, avanço de 4,7% na base anual;

O resultado ficou um pouco acima do esperado pelo mercado, já que a expectativa era de lucro de R$ 6,737 bilhões, segundo dados reunidos pela Bloomberg.

A ação é a favorita do UBS entre os papéis de bancos de toda a América Latina, disseram analistas da instituição em relatório enviado aos clientes.

Os especialistas estimam um preço-alvo de R$ 25.

Apesar da opinião positiva sobre o Bradesco, a inadimplência é algo que preocupa o UBS, principalmente se levarmos em conta que o mercado vem avaliando as qualidades dos ativos como um dos impulsionadores para o papel.

A ação subiu 14,14% em maio.

BRF
“Ações caíram bastante, mas mudanças que empresa prometeu pós resultado estão surtindo efeito e agora ações estão em tendência de alta” (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

🏆 2° colocado: BRF

Após resultados frustrantes, o mercado parece que entendeu as estratégias da BRF (BRFS3), argumenta Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

A empresa divulgou enorme prejuízo no primeiro trimestre, com a inflação pesando sobre o sentimento do consumidor e aumentando os custos operacionais em seu mercado doméstico.

A BRF disse em comunicado que perdeu 1,58 bilhão de reais, ante lucro de 22 milhões no mesmo período do ano anterior.

No mesmo intervalo, o lucro antes de jurosimpostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu 121 milhões de reais, queda de 90,2%.

“Ações caíram bastante, mas as mudanças que empresa prometeu pós-resultado estão surtindo efeito e agora ações estão em tendência de alta”, diz Petrokas.

A ação disparou 15,24%.

🏆 1º Cielo

Após cair para mínimas históricas, a Cielo (CIEL3) parece ter saído do fundo do poço. A empresa viu o seu lucro líquido saltar 36%, somando R$ 185 milhões no primeiro trimestre.

E operadora de maquininhas também anunciou pagamento de R$ 65 milhões em juros sobre o capital próprio.

Em conferencia pós-resultados, a empresa afirmou que ajustou tarifas nos primeiros meses de 2022 e não perdeu clientes por isso, o que indica maior racionalidade na política de preços no mercado de pagamentos no Brasil, disse o presidente-executivo da companhia nesta quarta-feira.

“Começamos a ver uma maior racionalidade no ambiente competitivo”, disse Gustavo Sousa em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.

E para coroar a recuperação, a ação disparou após o JPMorgan elevar sua recomendação para as ações da Cielo para “overweight“, após cinco anos oscilando entre “neutro” e “underweight“.

Ao atualizar a indicação, os analistas esperam que, nos próximos seis a doze meses, o papel supere a média de retorno das ações na cobertura do banco.

Segundo os analistas, os números operacionais trimestrais mais recentes da companhia indicam uma estabilização da participação de mercado, capacidade de repassar aumentos de preços no pré-pagamento, e custos disciplinados.

No ano, a ação salta mais de 80%. Em maio, o papel subiu 16,9%.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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