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Ibovespa futuro recua com aversão a risco externa e cena política tumultuada

08 jul 2021, 10:00 - atualizado em 08 jul 2021, 14:50
Ibovespa
Às 14:49, o Ibovespa caía 1,16 %, a 125.546,29 pontos(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, trabalhando abaixo dos 125 mil pontos, em meio a um movimento de aversão a risco no exterior por preocupações com crescimento econômico, além da manutenção do cenário político conturbado no Brasil.

Às 14:49, o Ibovespa caía 1,16 %, a 125.546,29 pontos. O volume financeiro somava 7,9 bilhões de reais.

O feriado na sexta-feira em São Paulo, que fechará a bolsa, corroborava o viés mais cauteloso, enquanto os mercados externos estarão abertos. Na semana, até momento, o Ibovespa acumulava perda de cerca de 2,5%.

“O medo de que a variante Delta da Covid-19 cause novos lockdowns em muitos países faz com que investidores vendam ativos de risco”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, em comentário a clientes.

No exterior, Wall Street mostrava perdas após recordes recentes, assim como recuavam as bolsas na Europa, depois de um fechamento negativo também em mercados na Ásia.

A especialista de ações da Clear Corretora Pietra Guerra também chamou a atenção para medidas de relaxamento monetário da China, que trouxeram algumas dúvidas relacionadas ao ritmo de retomada da segunda maior economia do mundo.

Na véspera, Pequim disse que usará cortes oportunos na taxa de compulsório dos bancos para sustentar a economia real, especialmente pequenas empresas.

O clima avesso a risco no exterior era amplificado no Brasil pelo ambiente político no país ainda bastante tumultuado, com novos desenvolvimentos na CPI da Covid, além da falta de consenso sobre a segunda fase da reforma tributária.

“Seguimos vendo bastante ruído político”, acrescentou Guerra.

Destaques

CSN (CSNA3) recuava 4,9%, com o setor de mineração e siderurgia entre as maiores quedas do Ibovespa, na esteira do declínio dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na China, com cortes na produção de aço em algumas usinas trazendo preocupações sobre a demanda por insumos para siderúrgicas. Vale (VALE3) perdia 1,7%.

BTG Pactual (BPAC11) cedia 3,23%, em sessão de queda generalizada no setor, tendo ainda de ano de fundo homologação da oferta do BTG Pactual e da Globenet Cabos Submarinos para comprar de 51% da empresa de fibra ótica do grupo de telecomunicações Oi por 12,9 bilhões de reais.

Itau Unibanco (ITUB4) tinha queda de 1,85% e Bradesco (BBDC4) recuava 2,2%, contaminados pelo viés mais vendedor no pregão como um todo.

Azul (AZUL4) e Gol (GOOL4) caíam 3,75% e 3,4%, respectivamente, em meio a receios com os potenciais efeitos da disseminação da variante delta da Covid-19 no mundo, além da alta do dólar em relação ao real. No setor de viagens, CVC (CVCB3), que vinha mostrando recuperação recentemente, mostrava declínio de 3,9%.

Petrobras (PETR4) perdia 2,7%, em sessão de queda dos preços do petróleo no exterior, mesmo após o CEO da estatal, Joaquim Silva e Luna, afirmar que não houve nem haverá interferência externa no ritmo dos ajustes de preços de combustíveis, que agora não mais repassarão volatilidade das cotações internacionais.

(Atualizada às 14h49)