Mercados

Ibovespa (IBOV): Mau humor atinge mais uma vez, e índice volta aos 128 mil pontos; VALE3 fecha abaixo de R$ 70

17 jan 2024, 18:08 - atualizado em 17 jan 2024, 19:28
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Ibovespa marca outro dia de queda, pressionado pelo exterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) caiu de novo nesta quarta-feira (17), dando continuidade à forte queda no fechamento anterior, quando perdeu o patamar dos 130 mil pontos.

Hoje, o índice, que é referência na bolsa brasileira, contraiu 0,60%, a 128.523,83 pontos.

A baixa refletiu novamente o desempenho fraco nos mercados globais, conforme agentes financeiros ajustam suas expectativas em relação ao início dos aguardados cortes de juros nos Estados Unidos e na Europa.

Falas recentes de autoridades monetárias têm limitado o otimismo dos investidores quanto à possibilidade de os bancos centrais começarem logo mais o ciclo de flexibilização nas principais economias globais.

Ontem, Christopher Waller, diretor do Federal Reserve (Fed), afirmou que o momento dos cortes neste ano dependerá das deliberações do painel de definição de política monetária do banco central americano. No entanto, Waller sinalizou que isso não deve começar até que os dirigentes estejam “relativamente convencidos” de que a inflação estava sustentavelmente próxima da meta de 2%.

Waller destacou que o Fed tem flexibilidade para ser “metódico” e “cuidadoso”. De acordo com o diretor, a pior coisa seria começar a cortar os juros e depois ter de reverter o curso de flexibilização.

Além disso, nesta quarta, foram divulgados dados de vendas do varejo nos EUA referentes a dezembro. Os números vieram acima do esperado, colocando ainda mais pressão sobre as expectativas dos mercados com o Fed.

“A divulgação de dados de vendas no varejo nos Estados Unidos acima do esperado acendeu o alerta sobre uma possível resistência do movimento baixista inflacionário, o que pode adiar o início do ciclo de baixa de juros nos EUA, que alguns analistas mais otimistas preveem começar em março”, comenta Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.

O Fed também divulgou o Livro Bege, que apontou que a atividade econômica dos EUA teve pouca ou nenhuma alteração de dezembro até o início de janeiro.

Na China, dados mais fracos que as projeções sobre a economia do país empurraram os preços do minério de ferro para baixo, pesando para a Vale (VALE3), que tem o maior peso no Ibovespa.

A economia da China cresceu 5,2% no quarto trimestre em relação ao ano anterior, abaixo das previsões de 5,3% dos analistas, de acordo com pesquisa da Reuters.

Novo tombo de VALE3

A Vale recuou forte mais uma vez, seguindo a forte correção nos preços da commodity de referência. A mineradora encerrou a sessão cotada a R$ 69,35, após cair 1,80%.

A Petrobras (PETR4), acompanhando os preços do petróleo no exterior, recuou 0,58%.

Os bancos, por outro lado, tiveram um dia mais positivo, mas não subiram tanto a ponto de reverter o quadro do Ibovespa.

A Gol (GOLL4), que informou que está discutindo com stakeholders financeiros sobre uma reestruturação “consensual”, foi um dos destaques negativos do pregão.

Já do lado das altas, a SLC Agrícola (SLCE3), única ação que fechou ontem no azul, ampliou os ganhos hoje com uma nova valorização de 3,87%.

Segundo o Itaú BBA, a perda da região de suporte em 130.700 pontos jogou “um balde de água fria” nos investidores que esperavam uma volta rápida do movimento de alta desde o rali de fim de ano.

Apesar de um início de ano ruim, a análise técnica da casa aponta que a tendência de alta no médio prazo continua, mas o Ibovespa pode buscar suporte em 126.400 com o movimento de realização de lucros.

*Com informações da Reuters.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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