Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Inflação nos EUA testa rali local

10 ago 2022, 7:56 - atualizado em 10 ago 2022, 10:21
EUA
Dados sobre a inflação ao consumidor nos EUA põem à prova rali local, após sexta alta seguida do Ibovespa ontem (Imagem: Pixabay/AbsolutVision)

O Ibovespa não sabe o que é terminar o dia no terreno negativo há exatos seis pregões. Mas os números da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) serão um teste de fogo nesta quarta-feira (10), pondo à prova o rali local.

Depois dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA (payroll), o CPI deve calibrar as apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve. E qualquer taxa anualizada do índice de preços ainda próxima à faixa de 9% tende a reforçar as chances de um novo aumento de 0,75 ponto porcentual (pp) na taxa de juros – o terceiro seguido.

Emprego forte

Afinal, o payroll surpreendentemente forte da última sexta-feira (5) fornece espaço para apertos ainda agressivos (“hawkish”) pelo Fed. Ainda mais após os dados sobre a mão de obra divulgados ontem.

Enquanto a produtividade registrou a maior queda acumulada em dois trimestres, os custos do trabalho têm a maior alta em quatro trimestres desde 1982.

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Em outras palavras, o mercado de trabalho robusto nos EUA continua dando sinais de acúmulo de pressão inflacionária. Isso pode exigir do Fed alguma destruição da demanda, tolerando uma taxa de desemprego mais alta para trazer a inflação de volta a níveis mais aceitáveis.

Isso também reforça o argumento de um Fed hawkish até 2023, dissolvendo as expectativas atuais de cortes nos juros dos EUA no próximo ano. Afinal, o Fed tem um duplo mandato, voltado ao controle da inflação e ao pleno emprego.

Por tudo isso, todas as atenções do dia estão voltadas à divulgação do CPI hoje, às 9h30. Enquanto aguardam, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ligeiros ganhos, o que também embute um leve viés positivo na Europa. Já o petróleo e o ouro recuam, apesar da queda do dólar.

Inflação nos emergentes

No Brasil, o IPCA divulgado ontem registrou a maior queda desde o início da série histórica, de -0,68%, e a maior deflação do Plano Real. Mas esse comportamento não veio para ficar.

Até porque, boa parte do resultado da inflação oficial no país foi motivado pelas medidas (eleitoreiras) promovidas pelo governo, como o corte de impostos e a queda no preço dos combustíveis. Olhando no detalhe, a inflação de serviços e os alimentos continuam “salgados”.

Ainda assim, o Comitê de Política Monetária (Copom) adotou na ata um tom mais suave (“dovish”) do que o percebido no comunicado da reunião da semana passada. Ainda assim, a porta para um novo “ajuste residual, de menor magnitude” segue aberta. Mas não é certo que a Selic alcançará a taxa de 14%.

Seja como for, o fim do ciclo de alta, por si só, é tido como um vetor positivo aos ativos locais. A ver, então, se esse fator é capaz de vedar qualquer vento contrário vindo lá de fora hoje com o CPI nos EUA.

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Já na China, a inflação ao consumidor subiu à máxima de 24 meses em julho, aproximando-se da meta do governo de 3% – o que ainda é um nível muito baixo para os padrões globais atuais. Ao mesmo tempo, os preços ao produtor chinês caíram ao menor nível em 17 meses.

Os números contaminaram o pregão na Ásia. As bolsas da região tiveram um dia mais negativo. Destaque para as ações de tecnologia, que levaram a uma queda de quase 2% em Hong Kong, e também para o setor imobiliário. A construtora Longfor despencou mais de 15% após a empresa anunciar contração das vendas nos primeiros sete meses do ano.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,21%; o do S&P 500 subia 0,22%; e o do Nasdaq avançava 0,24%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,07%; a bolsa de Frankfurt crescia 0,21%; a de Londres ganhava 0,12% e a de Paris subia 0,02%.

Câmbio: o DXY caía 0,25%, a 106.11 pontos; o euro tinha alta de 0,23%, a US$ 1,0238; a libra subia 0,13%, a US$ 1,2092; o dólar tinha queda de 0,13% ante o iene, a 134,97 ienes.

Treasuries: o juro da T-note de dez anos caía a 2,793%, de 2,785% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,19%, a US$ 1.808,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI cedia 1,55%, a US$ 89,35 o barril, na Nymex.

*Colaborou Lucas Simões.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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