Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Rali de alívio tem vida curta lá fora e aqui eleições travam negócios

29 set 2022, 7:39 - atualizado em 29 set 2022, 7:39
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Ibovespa interrompeu sequência de quedas ontem, mas não acompanhou rali de alívio no exterior, com eleições travando os negócios locais (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa não acompanhou ontem o rali de alívio dos mercados internacionais e acabou andando de lado. Ainda assim, a bolsa brasileira conseguiu interromper a sequência de quedas. Mas a pergunta que circulou na quarta-feira (28) entre os investidores foi: por que lá fora subiu firme e aqui não? 

A primeira impressão é de que as eleições realmente estão travando os negócios locais. Afinal, a proximidade do primeiro turno da corrida presidencial e a possibilidade de vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva já no domingo (2) elevam a cautela no mercado doméstico

Porém, essa postura defensiva dos investidores não se dá apenas por causa da incerteza sobre se uma definição prematura do pleito a favor do ex-presidente é bom ou ruim para o mercado. O fato é que os ativos brasileiros têm desempenho mais positivo do que os pares globais no acumulado do ano.

Ou seja, a valorização da bolsa e do real em moeda local e em dólar em 2022 dificulta qualquer novo movimento de alta sem muita consistência. Em contrapartida, torna mais fácil uma realização de lucros mais proeminente, ficando vulnerável aos ventos contrários. 

Portanto, enquanto os índices em Nova York estão defasados, acumulando queda ao redor de 20% desde janeiro, cada, aqui tanto o Ibovespa quanto o câmbio brasileiro têm “gordura para queimar”. Daí porque é mais fácil acompanhar as perdas do que os ganhos. 

Fique atento!

E a sinalização para esta quinta-feira (29) é indefinida. Enquanto os futuros em Wall Street estão no vermelho, devolvendo parte da alta na véspera, o petróleo e o minério de ferro são negociados em alta. 

Assim, a única certeza é que a volatilidade deve continuar reinando nos mercados. Ainda mais diante de uma agenda carregada de indicadores econômicos e eventos. Lá fora, sai a terceira e última prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.

Os números devem confirmar o cenário de recessão técnica da economia norte-americana, ao acumular dois resultados negativos seguidos do PIB. Porém, isso não deve ser suficiente para alterar o plano de voo do Federal Reserve de apertar a taxa de juros de forma agressiva para combater a inflação.

Por aqui, o destaque fica com o último debate presidencial na TV, da Globo, a partir das 22h30. Antes, às 18h, sai mais uma pesquisa Datafolha.

O confronto entre os dois principais candidatos na TV pode ser decisivo. O presidente Jair Bolsonaro terá a chance derradeira de levar a eleição para o segundo turno, enquanto Lula tentará encerrar a disputa o quanto antes. 

Seja como for, a pressão nos mercados tende a continuar diante das incertezas sobre o que esperar em um eventual novo governo Lula na economia e do temor de contestação dos resultados por parte do atual presidente, nos moldes do que fizeram apoiadores de Trump no Capitólio.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h30:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,76%; o do S&P 500 recuava 0,94%; enquanto o Nasdaq tinha queda 0,1,28%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,46%; a bolsa de Frankfurt caía 1,38%; a de Paris tinha queda de 1,50%, enquanto a de Londres cedia 1,26%

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,56%, a 113.23 pontos; o euro caía 0,43%, a US$ 0,9694; a libra tinha baixa de 0,34%, a US$ 1,0854; o dólar subia 0,40% ante o iene, a 144,70 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,846%, de 3,736% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,217%, de 4,139% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro perdia 0,79%, a US$ 1.656,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 0,22%, a US$ 82,29 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,20%, a US$ 88,20 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 0,56% em Dalian (China), a 721 yuans a tonelada.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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