Bula do Mercado

Ibovespa hoje tem Lula (e Haddad?) no pré-jogo do Brasil na Copa do Mundo

09 dez 2022, 7:45 - atualizado em 09 dez 2022, 7:56
Lula Bitcoin criptomoedas
Lula deu ao mercado bastante tempo para se acostumar com Haddad na Fazenda e o mercado deu o recado de que preferiria outro nome (Imagem: Divulgação/PT)

O Ibovespa deve ter um pregão de fortes emoções nesta sexta-feira (9). A começar pelo nível em que encerrou os negócios ontem, na faixa dos 107 mil pontos, ao recuar 1,7%. Se encerrar o dia de hoje abaixo dos 106,2 mil pontos, a bolsa brasileira entrará em tendência de baixa, dando adeus de vez ao rali de fim de ano.     

E motivos para testar essa região não faltam. Logo após a abertura do pregão, o Ibovespa recebe os primeiros nomes de ministros do governo Lula. O anúncio será feito pelo próprio presidente eleito a partir das 10h15 e a expectativa é de que Fernando Haddad seja confirmado à frente da equipe econômica. 

O mercado doméstico deu todos os sinais possíveis de que preferiria outro nome para resgatar a pasta da Fazenda. Lula, por sua vez, deu bastante tempo aos investidores para se adaptar. Mais do que uma simples escolha de ministro, o petista está apostando em seu sucessor em 2026, de quem será um importante cabo eleitoral.

Jogada política

Trata-se, portanto, de uma decisão política – e não apenas econômica. Diante disso, é grande a expectativa sobre quem estará na equipe ao lado de Haddad, em especial, no Planejamento. Mas esse nome não deve ser conhecido hoje. Além do ex-prefeito de São Paulo, devem ser confirmados Flávio Dino (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa).

Ainda assim, já é muito. Afinal, a previsão inicial era de que os primeiros nomes só fossem conhecidos na semana que vem, após a diplomação, marcada para o dia 12. Nos bastidores, especula-se que a antecipação do anúncio deve-se à resistência na Câmara em votar a PEC da Transição

Como já dito aqui, o presidente da Casa, Arthur Lira, não gostou nada nada da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de julgar orçamento secreto, que tem tudo a ver com a tramitação da PEC. Deputados do Centrão ameaçam retaliar se a Corte derrubar a prática e já falam em reduzir o valor do extrateto e o prazo de dois anos aprovado no Senado. 

Jogo do Brasil na Copa

Diante disso, Lula resolveu agir e colocar em campo seus principais articuladores para ampliar a negociação política no Congresso. Portanto, o pré-jogo do Brasil na Copa do Mundo começa agitado em Brasília. 

Depois do anúncio, porém, os ativos locais terão pouco tempo para reagir. Isso porque às 12 horas, a seleção brasileira abre a fase das quartas-de-final no Catar em partida contra a Croácia. O time de Tite tenta manter a escrita contra a equipe europeia e avançar à semifinal.

A tendência é de que os negócios por aqui fiquem arrastados a partir daí, ainda mais por ser uma sexta-feira. Lá fora, os mercados globais também trazem pouca inspiração. Os ativos de risco exibem um leve viés positivo, divididos entre o receio vindo dos Estados Unidos de uma recessão econômica e a esperança de alívio na inflação.

A exceção fica com a Ásia, embalada pelas notícias vindas da China, em meio ao otimismo com a reabertura pós-covid. Ainda por lá, os preços ao produtor (PPI) chinês caíram e a inflação ao consumidor desacelerou, reforçando os sinais de baixa demanda, interna e externa.

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h35:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,12%; o do S&P 500 subia 0,25%; enquanto o Nasdaq avançava 0,34%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,97% no pré-mercado; nos ADRs, Vale subia 0,43%, enquanto o da Petrobras tinha alta de 0,83%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,37%; a bolsa de Frankfurt subia 0,31%; a de Paris oscilava com +0,07% e a de Londres avançava 0,22%;

Câmbio: o índice DXY tinha leve baixa de 0,03%, a 104.74 pontos; o euro oscilava com +0,03%, a US$ 1,0558; a libra tinha alta de 0,05%, a US$ 1,2241; o dólar tinha queda de 0,45% ante o iene, a 136,09 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,485%, de 3,487% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,286%, de 4,287%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,22%, a US$ 1.805,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,76%, a US$ 72,00 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,42%, a US$ 76,46 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 3,98%, a 809 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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