Ibovespa abre em alta nesta terça-feira, 20 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta terça-feira (20) em alta, mas logo virou para queda, com pagamento de parcela de dividendos da Petrobras (PETR4) e repercute do corte de juros pelo Banco Popular da China (PBOC) no radar.
Por volta das 10h06 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira avançava 0,05%, aos 139.711,57 pontos.
O dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nas primeiras negociações desta manhã, à medida que os investidores seguem de olho nas políticas comercial e fiscal dos Estados Unidos (EUA).
Às 10h (horário de Brasília), o dólar à vista desacelerava 0,04%, a R$ 5,6490 na venda.
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Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta terça-feira (20)
1 – China corta juros em meio a guerra comercial; bolsas asiáticas fecham em alta
O Banco Popular da China (PBOC) reduziu a taxa básica de juros (Loan Prime Rate, LPR) para um ano em 10 pontos-base, de 3,1% para 3,0%, enquanto a LPR para cinco anos foi cortada na mesma proporção, de 3,6% para 3,5%.
Ambas as taxas estão agora no menor nível desde que a China reformulou o mecanismo da LPR em 2019.
A decisão foi tomada em meio a um cenário de tensão comercial com os Estados Unidos. Por mais que os dois países tenham entrado em um acordo — pausa na guerra comercial de 90 dias e redução das suas respectivas taxas no período —, a China ainda precisa lidar com a desaceleração da sua economia.
No fechamento, as ações da China e de Hong Kong subiram, lideradas pelos setores de saúde e de consumo. O índice de Xangai teve alta de 0,38%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,54%.
2 – Petrobras (PETR4) paga parcela de dividendos nesta terça-feira (20)
A Petrobras (PETR4) realiza o pagamento da primeira parcela dos dividendos adicionais respectivo ao balanço de 31 de dezembro de 2024. Após correção pela Selic, o valor por ação dos dividendos será de R$ 0,3718.
Em abril, a companhia anunciou a distribuição do montante de R$ 9,1 bilhões, em duas parcelas iguais. A primeira parcela será paga hoje e a segunda em 20 de junho de 2025.
3 – Moody’s eleva Eletrobras (ELET6); Fitch eleva perspectiva para estável
A Moody’s elevou o rating da Eletrobras (ELET3) para “Ba1”, de “Ba2” anteriormente, mantendo a perspectiva da companhia em estável, enquanto a Fitch Ratings revisou a perspectiva de negativa para estável, reafirmando o rating em BB-.
Conforme relatório da agência de classificação de risco Moody’s, a melhora do rating reflete evidências de progresso sustentável da Eletrobras na estratégia de aumentar sua lucratividade, além do acordo fechado com o governo federal para encerrar a disputa judicial sobre limite de voto na companhia após a privatização.
A Moody’s destacou que a companhia implementou, após a privatização em junho de 2022, um plano de simplificação corporativa, visando redução de custos e de riscos, com diminuição do estoque bilionário de passivos do empréstimo compulsório e do portfólio de sociedades de propósito específico (SPEs).
4 – ‘A percepção fiscal importa?’
O agravamento das contas públicas nos EUA reacendeu preocupações globais, com a crescente desconfiança sobre a sustentabilidade da dívida americana afetando o dólar. Apesar disso, Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destaca que os mercados reagiram com otimismo e as bolsas subiram, e nem mesmo o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s — a última das grandes agências a cortar o tão simbólico triplo A — foi suficiente para mudar o humor.
Isso porque, mesmo após uma breve oscilação no início do pregão de ontem, logo os investidores voltaram à rotina. O corte de rating dos EUA foi visto como uma confirmação do que já era esperado. “As contas públicas americanas estão desequilibradas há tempos — o rebaixamento apenas confirmou o que os mercados já vinham precificando em silêncio”, destaca.
Por enquanto, Spiess aponta que o foco segue sendo o final da temporada de resultados. “Em outras palavras, enquanto as empresas ainda entregarem lucros decentes e os ventos globais soprarem com alguma calma, o mercado está disposto a ignorar o elefante na sala”, diz. “Mas vale o alerta: déficits nunca importam… até o dia em que importam. E esse dia, embora ainda possa parecer distante, está se aproximando a passos largos”, finaliza.
5 – ‘One big beautiful bill’
Os republicanos no Congresso flertam com um desastre fiscal em potencial ao insistirem em cortes de impostos abrangentes, segundo Spiess. E então, vem a questão: e se a economia entrar em recessão? Para ele, hoje, os EUA já operam com um déficit de 6,4% do PIB — cerca de US$ 2,4 trilhões.
Esse número, no entanto, pode escalar rapidamente para algo próximo a US$ 4 trilhões, caso o país enfrente uma desaceleração mais severa. “O problema central é que o pacote atual de cortes tributários proposto pelos Republicanos parte da premissa de que o crescimento econômico será estável — pode soar otimista demais a depender do desfecho das próximas semanas de negociações comerciais”, destaca.