Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) começa semana à espera de inflação e vê gringos indo embora em maio

08 maio 2023, 7:44 - atualizado em 08 maio 2023, 7:47
Ibovespa aguarda dados de inflação enquanto calibra apostas para Fed e Copom, mas vê gringos fazendo jus a tradicional provérbio para o mês (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia a primeira semana cheia de maio à espera dos dados de inflação nos Estados Unidos (CPI) e no Brasil (IPCA), na quarta (10) e sexta-feira (12), respectivamente. Juntos, os números devem calibrar as expectativas para as próximas decisões de juros do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). 

No entanto, os mercados resolveram antecipar por conta própria cortes tanto a taxa dos Fed Funds quanto a taxa Selic para breve. O temor de uma recessão nos Estados Unidos leva os investidores em Wall Street a apostarem no mantra que diz “suba em maio e depois vá pelo outro caminho [Hike in May then go the other way]”.

Trata-se de uma nova versão de um dos mais tradicionais provérbios em Nova York, que diz, ao pé da letra, para “vender em maio e ir embora” [Sell in May and go away]. Aliás, é isso o que o Ibovespa vislumbra neste início de mês. Os investidores estrangeiros estão indo embora da bolsa brasileira para curtir as férias de verão [no hemisfério norte].

Apenas nos dois primeiros dias de maio, os gringos sacaram mais de R$ 1,5 bilhão em recursos no mercado secundário da B3 (ações já listadas). Afinal, com o juro básico em nível elevado e sem nenhum sinal por parte do Copom de que deve começar a cortar a taxa em breve os gringos parecem dispostos em partir para a praia e só voltar em setembro. 

Aliás, é quando a famigerada Super Quarta volta à cena, até dezembro. Até lá, tanto o Ibovespa quanto o dólar devem se consolidar nos níveis atuais. Mas 100 mil pontos ou R$ 5,00 são apenas números, tal qual 13,75% ou 5%-5,25%. O mais importante é que a atratividade da renda fixa, em detrimento à renda variável, não pode ser ignorada.

Ibovespa atento à microeconomia

Ainda assim, o Copom continua sendo  destaque nesta semana, com a divulgação amanhã (9) da ata da reunião da semana passada. O documento pode trazer pistas sobre quando deve ter início o ciclo de cortes, após um comunicado menos duro (“hawkish”)

Também merece atenção a balança comercial da China, hoje à noite. Os números tendem a influenciar a Vale (VALE3) e as siderúrgicas. Já a temporada de resultados segue a pleno vapor, trazendo Itaú Unibanco (ITUB4) e BTG Pactual (BPAC11) nesta manhã. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,18%; o do S&P 500 tinha alta de 0,13% e o Nasdaq oscilava em baixa de 0,04%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras subiam 0,55%, enquanto os da Vale tinham alta de 0,79%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 crescia 0,31%; a bolsa de Frankfurt oscilava com +0,10% e a de Paris subia 0,20%, enquanto a de Londres permanecia fechada devido a um feriado;

Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em queda de 0,71%; na China, Hong Kong subiu 1,24% e a Bolsa de Xangai avançou 1,81%;

Câmbio: o índice DXY caía 0,12%, 101.09 pontos; o euro tinha alta de 0,25%, a US$ 1,1045; a libra subia 0,21%, a US$ 1,2659; o dólar subia 0,10% ante o iene, a 134,99 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,434%, de 3,440% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,941%, de 3,908% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,33%, a US$ 2.031,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,24%, a US$ 72,92 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,02%, a US$ 76,81 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 2,62% em Dalian, a 705 yuans (após ajustes).

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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