Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) tenta decifrar enigma na ata do Copom e no discurso de Powell

07 fev 2023, 8:02 - atualizado em 07 fev 2023, 8:02
Ibovespa tenta alçar voo mais alto, mas ventos contrários vindos do Copom e do Fed encurtam fôlego (Arte: Money Times)

O Ibovespa (IBOV) até que conseguiu impedir a quarta queda consecutiva ontem (6). Mas a bolsa brasileira ainda tem muito mais altura para subir, uma vez que segue abaixo dos 110 mil pontos. Para tanto, o Ibovespa precisa recompor o fôlego e puxar mais ar e flutuar.    

O problema é que os investidores não têm conseguido decifrar os sinais emitidos por bancos centrais frente ao indicadores econômicos. Qualquer semelhança com a dificuldade dos Estados Unidos em diferenciar entre aviões espiões em espaço aéreo internacional e entrada de balão em espaço aéreo nacional não é mera coincidência. 

Daí porque merecem atenção nesta terça-feira (7) as novas mensagens contidas na ata do Copom (8h) e em mais um discurso de Jerome Powell (14h40). De um lado, o documento do Comitê de Política Monetária tende a evidenciar a queda-de-braço entre governo e mercados, em meio às críticas à postura “pouco generosa” do BC local.  

Ibovespa: decifra-me ou te devoro

De outro, o presidente do Federal Reserve deve deixar claro que está segurando firme a corda (do balão) dos juros. Ou seja, o custo do empréstimo nos EUA vai continuar subindo. Os dados robustos do mercado de trabalho (payroll) permitem um voo ainda mais alto, com a taxa terminal talvez indo até 6% – ao invés de 5%.  

Seja como for, quando alcançar uma altitude elevada, os juros norte-americanos permanecerão nesse nível até que as condições para queda estejam mais favoráveis. Por ora, ventos favoráveis sopram a favor de um “pivô do Fed” em algum momento deste ano. Porém, até mesmo a previsão de queda da Selic ignorou o recado mais duro do Copom.

Afinal, saltou aos olhos na pesquisa Focus desta segunda-feira (6) a projeção que não se moveu. Ao contrário das expectativas de inflação (para cima) e PIB (para baixo) em 2023, a expectativa para a taxa básica de juros seguiu em 12,50%. 

A ver, então, se a comunicação do Fed e do Copom hoje deixará de ter ruídos. Se não houver falhas ao decifrar as mensagens, os ativos podem ter voos mais altos. Afinal, sabe-se que os estrangeiros estão com apetite voraz, prontos para devorarem os riscos

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em alta de 0,02%; o do S&P 500 subia 0,15% e o Nasdaq tinha alta de 0,29%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) perdia 1,26%, aos 28.15 pontos no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale caía 0,12%, enquanto o da Petrobras tinha leve alta de 0,19%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,28%; a bolsa de Frankfurt oscilava com +0,01%; a de Paris ganhava 0,17% e a de Londres avançava 0,63%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em leve baixa de 0,03%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,36%; a Bolsa de Xangai avançou 0,29%;

Câmbio: o índice DXY caía 0,05%, 103.57 pontos; o euro tinha queda de 0,07%, a US$ 1,0719; a libra caía 0,17%, a US$ 1,1998; o dólar caía 0,55% ante o iene, a 131,92 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,626%, de 3,645% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,433%, de 4,483% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,34%, a US$ 1.885,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,09%, a US$ 75,66 o barril; o do petróleo Brent tinha alta de 1,89%, a US$ 82,52 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,47% em Dalian (China), a 842 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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