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Ibovespa recua junto com exterior desfavorável; SulAmérica e Azul tombam

14 maio 2020, 12:28 - atualizado em 14 maio 2020, 12:54
Mercados Ibovespa
Investidores continuam reavaliando o nível de preços alcançado após recuperação de abril (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O tom negativo prevalecia na bolsa paulista no começo das negociações desta quinta-feira, em meio a receios sobre os efeitos finais da pandemia de Covid-19 nas economias, com balanços e a cena política nacional também sob os holofotes.

Às 12:28 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 1,06%, a 76.950,33 pontos.

Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, os ativos de risco estão passando por mais um momento de instabilidade, movimento que ele vê como normal e até esperado, após a rápida e acentuada recuperação verificada em abril.

No mês passado, o Ibovespa acumulou valorização de 10,25%.

Kawa avalia que o mercado deve permanecer volátil, dada a incerteza em relação a retomada econômica, novos atritos entre EUA e China, dificuldade do Ocidente em reabrir em meio a um ‘novo normal’, entre outros fatores.

No exterior, os futuros acionários nos EUA mantinham o viés negativo nesta sessão, assim como as bolsas na Europa, com investidores preocupados com a chance de uma retração econômica por mais tempo do que o esperado.

Wall Street Mercados
Pessimismo continua em Wall Street (Imagem: Reuters/Jeenah Moon)

A equipe da Guide Investimentos observa que investidores continuam reavaliando o nível de preços alcançado após recuperação de abril contra os riscos presentes no cenário econômico.

No Brasil, eles acrescentam que as atenções continuam voltadas para a política, com destaque para uma esperada divulgação do vídeo da reunião ministerial e medidas com efeito fiscal.

Da temporada de balanços, os números de GPA, Via Varejo, Ultrapar, SulAmérica e Azul estão entre os destaques da sessão.

Destaques

Petrobras (PETR4) recuava 2,96%, entre as maiores quedas do Ibovespa, antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre, previsto para após o fechamento do mercado nesta quinta-feira. A queda acontece apesar da alta dos preços do petróleo no exterior. Petrobras (PETR3) cedia 3,03%.

Vale (VALE3) cedia 1,59%, seguindo pares nos mercados no exterior, com o setor de mineração e siderurgia na bolsa paulista mostrando desempenho misto nesta sessão. CSN (CSNA3) destoava e subia 2,26% antes do balanço, agendado para o final do dia.

Azul AZUL4
Azul reporta prejuízo líquido de R$ 6 bilhões no 1° trimestre de 2020 (Imagem: Reuters/Rafael Marchante)

Itaú Unibanco (ITUB4)  e Bradesco (BBDC4) caíam 1,9% e 2,54%, respectivamente, com as atenções voltadas para o Senado, particularmente a chance de votação de projeto que estabelece teto de juros de 20% ao ano para cartões de crédito e cheque especial para todas as dívidas contraídas entre março de 2020 e julho de 2021.

Banco do Brasil (BBAS3) recuava 1,8% e Santander Brasil (SANB11) perdia 2,61%.

SulAmérica (SULA11) desabava 11,95%, após reportar forte queda no lucro do primeiro trimestre, para 79,7 milhões de reais, atingida pela desvalorização dos ativos da carteira de investimentos da companhia em renda variável, na esteira da volatilidade provocada pela pandemia do coronavírus.

Azul (AZUL4) mostrava declínio de 3,99%, tendo de pano de fundo prejuízo líquido de mais de 6 bilhões de reais no primeiro trimestre, afetada pela depreciação do real e acordo com Embraer (EMBR3) para adiamento em entrega de aviões.

Gol (GOLL4) cedia 2,88%. Também no radar do setor aéreo estão notícias de que a ajuda do BNDES ao segmento deve encolher para 4 bilhões de reais, menos da metade do montante inicialmente previsto.

Via Varejo (VVAR3) perdia 1,86%. A dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio reportou lucro líquido de 13 milhões de reais no primeiro trimestre do ano, revertendo o prejuízo de 50 milhões de reais um ano antes.

Ultrapar (UGPA3) avançava 2,45%, entre as poucas altas da sessão.

A companhia, cujo leque de negócios inclui a rede de postos de combustíveis Ipiranga, além de distribuição de gás, granéis, químicos e varejo farmacêutico, anunciou na quarta-feira que teve lucro líquido de 169 milhões de reais de janeiro a março, queda de 30% na comparação com um ano antes. O Ebitda, porém, subiu 12,5%.

(Atualizada às 12h28 – Horário de Brasília)

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