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Ibovespa: Sangria não acabou e índice pode perder os 100 mil pontos, dizem analistas

13 jun 2022, 17:49 - atualizado em 13 jun 2022, 23:19
Ibovespa
Ibovespa derrete nesta segunda-feira, mas pode cair mais nesta semana e perder os 100 mil pontos (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) derreteu 2,73%, a 102.598.18 pontos, na sessão desta segunda-feira em meio à tempestade perfeita que acometeu os mercados mundiais.

Além da expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos, a China retrocedeu em sua reabertura e promete novos lockdowns para conter surtos de Covid-19.

O movimento se amplifica devido à forte queda das commodities, com petróleo e minério em queda após movimento de lockdowns na China, o que pesa sobre Petrobras (PETR3) e Vale (VALE3), que possuem grande peso no índice.

Pequim registrou 51 novos casos locais no domingo, após números de apenas um dígito na maioria dos dias da semana passada.

Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, o Ibovespa poderá cair ainda mais na semana e perder o limite psicológico dos 100 mil pontos.

Segundo Victor Benndorf, da casa de análises Benndorf, observando a análise técnica, as falhas de movimentos dizem muito.

“No longo prazo, o Ibovespa deveria ter buscado os 119 mil pontos. Agora, com eleições e venda dos estrangeiros, vejo o grupo vendedor mais forte”, destaca.

Além disso, ele coloca que os bancos centrais perderam a mão da inflação e logo terão que assumir esse erro com elevação dos juros.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, recorda que além da decisão de juros do Fed e Copom, a semana contará com vencimento de opções em índice e ações (quarta e sexta) e feriado de Corpus Cristi na quinta-feira.

“Tem chance sim de perder os 100 mil pontos ao longo da semana”, destaca.

Já Matheus Spiess, analista da Empiricus, diz que o mau humor global continuará, mas ressalta que isso só torna a bolsa “mais barata”.

Na visão de Alexsandro Nishimura, da BRA, uma eventual perda do patamar de 100 mil pontos ainda depende da leitura do mercado sobre os próximos indicadores econômicos e como eles se refletirão na atuação dos bancos centrais.

“Como nesta semana teremos reuniões de política monetária no Brasil e EUA e os índices de inflação seguem pressionados, os investidores ficam mais sensíveis a qualquer indicação sobre eventuais endurecimentos na condução dos juros”, argumenta.

Para ele, em momentos de maior estresse, os agentes do mercado costumam bater em retirada primeira e depois avaliar o cenário.

“O mercado só deve intensificar o movimento atual, ou mesmo se recuperar, conforme a comunicação das autoridades monetárias, com sinalizações sobre os próximos passos”, completa.

Super quarta pesa para o Ibovespa

Os holofotes estão voltados principalmente para o Federal Reserve, que anuncia na quarta-feira decisão de política monetária, com o mercado esperando nova alta de 0,5 ponto percentual. Investidores buscarão sinais sobre os passos seguintes, em especial após setembro.

Em Nova York, o S&P 500 recuava 2,5%. A curva de juros entre os Treasuries de dois e dez anos inverteu-se brevemente nesta segunda-feira pela primeira vez desde abril, movimento que é visto por muitos como um sinal confiável de que uma recessão pode acontecer no próximo ano ou dois.

Para economistas do Itaú Unibanco, os riscos de uma recessão iminente parecem exagerados, considerando o crescimento resiliente nos EUA e na Europa e a reabertura na China.

“No entanto, esses fatores não devem trazer um alívio significativo e duradouro para preços de ativos, uma vez que a inflação elevada irá levar a maiores taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou a equipe liderada por Mario Mesquita, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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