Mercados

Ibovespa x Selic a 11,75%: O fator que pode azedar humor dos mercados na próxima quinta

13 dez 2023, 20:36 - atualizado em 13 dez 2023, 20:36
Ibovespa
Um detalhe no comunicado pode fazer toda a diferença na sessão de amanhã do Ibovespa (Imagem: Freepik)

O Banco Central reduziu a Taxa Básica de Juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, como o esperado. Além disso, o comunicado do BC sinalizou para mais cortes de 0,5 ponto percentual.

Porém, nem todos podem ficar animados com a decisão. Isso porque segundo Rafael Passos, da Ajax Asset, parte do mercado esperava uma sinalização de cortes maiores em meio aos dados positivos da inflação e com a melhora do cenário externo.

Mais cedo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por mais uma manutenção da taxa de juros de referência do Federal Reserve, nesta quarta-feira (13).

“O Banco Central reforçou essa mesma toada de corte de juros. A meu ver, o BC foi mais duro do que o mercado estava esperando; era esperado uma flexibilidade mais forte que não veio”, discorre.

Conforme a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal, com o Fed, o mercado “operou a possibilidade de aceleração” nos cortes da taxa básica Selic.

“Mas o comunicado do Copom volta com a ideia de que o BC vê o ritmo de 50 pontos-base de corte como adequado, o que o torna mais hawkish (duro)”, avaliou Victal.

Flavio Serrano, economista do Bmg, projeta ajustes em especial nos contratos futuros para janeiro de 2025 e janeiro de 2026.

“Pensando só pela comunicação do Copom, e dado o movimento (de queda de taxas dos DIs) hoje (quarta-feira), esperaria uma correção para cima (dos juros futuros)”, disse Serrano, pontuando que as taxas de janeiro 2025 e janeiro 2026 tendem a subir um pouco.

As taxas de juros possuem forte correlação com a bolsa. Normalmente, quando o mercado vê mais juros, a bolsa tende a cair.

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Outro lado

Já Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, lembra que o tom veio bem positivo, com uma expectativa de mais reduções futuras, no plural e não no singular, o que anima o mercado.

“O comitê defende a manutenção desse ritmo de 0,50 pontos percentuais. E para as decisões futuras, mais uma vez mencionam as expectativas de quanto aos dados de inflação futura, de acordo principalmente com a questão do movimento fiscal hoje no Brasil. Afirmam que a ancoragem das metas fiscais para as expectativas são necessárias para que a gente mantenha esse ritmo. E, no meu ponto de vista, veio uma ata bem prudente para o momento atual”, discorre.

Em sua visão, com a expectativa de menor queda de juros lá fora também, o Ibovespa (IBOV) deve ter um ritmo de alta porque “basicamente não veio nada que traga algum comprometimento para o mercado local”.

“E nesse cenário, se mantida essa questão da redução da taxa de juros no plural, as empresas mais alavancadas devem se beneficiar um pouco mais com uma redução das suas dívidas”, completa.

Ibovespa deixou investidores animados

Nesta quarta-feira, o Ibovespa disparou após de decisões de bancos centrais. Ao repercutir a decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros inalterados, além dos comentários do chairman do banco central americano, Powell, o índice fechou com forte alta de 2,42%, a 129.465,08 pontos.

Com o marco da sessão, o Ibovespa renovou máximas no ano. Chegou também ao maior patamar desde junho de 2021.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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