Market Makers

Incerteza gigantesca: O risco de Brasília que impede gestora de comprar mais ações

14 jul 2023, 16:00 - atualizado em 14 jul 2023, 16:11

Apesar do bom momento que o governo do presidente Lula vive com os mercados, com salto na aprovação do ministro da Fazenda Fernando Haddad, os gestores da IP, uma das mais tradicionais do mercado, possuem alguns receios com a bolsa aqui no Brasil.

Em episódio do Market Makers, Bruno Barreto, sócio da IP Capital e gestor do IP Value Hedge, e Gabriel Raoni, sócio da IP Capital e gestor, explicam que o portfólio da gestora está 50% comprado em Brasil e 50% nos Estados Unidos.

E um dos fatores que impede a gestora de elevar exposição aqui é a parte de tributação das empresas.

“Estamos com um governo que tem uma agenda de arrecadação. Para gastar mais, precisa arrecadar mais. E agora que passou a reforma tributária do consumo, pode vir uma reforma tributária da renda. Tem muita incerteza tributária frente às empresas brasileiras”, alerta Raoni.

O gestor explica ainda que para se analisar uma empresa brasileira, precisa ser “quase um advogado tributarista”.

“Eu vou estudar as empresas e fico muito perdido. É muita variável nesse campo tributário dentro das companhias. Vai acabar o JCP (juros sobre o capital próprio)? Vai tributar dividendos? Como essa reforma tributária afeta as linhas de negócio?”.

Raoni diz prefere investir em empresas mais blindadas das mudanças no sistema tributário ou que possuem gordura para suprir esse risco.

Já Barreto coloca que diversas companhias possuem ‘incertezas gigantescas’ em relação aos impostos.

“Quem tem incentivo fiscal, vai continuar valendo ou não? Se vai reduzir, vai reduzir como? Tem muita incerteza. Nessas empresas a gente passa. Foge muito do nosso controle. Nem a empresa sabe, imagina a gente?”, questiona.

Ouça o episódio na íntegra

Quais empresas sofrem com esse problema?

Raoni cita o caso da B3 (B3SA3), a dona da bolsa brasileira, que se beneficia de JCP e tem alíquota baixa de Imposto de Renda.

“Se acabar o JCP, acho que é uma empresa duramente impactada. Ela precisa repassar os ganhos de eficiência para o mercado de capitais. Nesse cenário, ela teria dificuldade de repassar preço”.

Ele elenca ainda a Ambev (ABEV3) como uma empresa que beneficia de JCPs. “São coisas que a gente pontua na hora de investir”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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