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Ibovespa recua com temor sobre Covid-19 nos EUA e Europa, mas sustenta 100 mil pontos

26 out 2020, 17:09 - atualizado em 26 out 2020, 18:00
Ibovespa Ações Mercados
O giro financeiro somou 21,87 bilhões de reais (Imagem; Reuters/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, sucumbindo ao viés negativo nos mercados acionários nos Estados Unidos e na Europa por preocupações com o aumento de casos de Covid-19, em sessão também marcada por uma bateria de notícias corporativas locais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,45%, a 100.807,38 pontos, segundo dados preliminares. No pior momento, chegou a 99.761,84 pontos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,24%, a 101.016,96 pontos. No pior momento, chegou a 99.761,84 pontos.

Na máxima, tocou 101.783,79 pontos. O giro financeiro somou 21,87 bilhões de reais. A queda veio após o Ibovespa acumular alta de 7% no mês até a última sexta-feira.

Em Wall Street, o S&P 500 (SPX) e o Dow Jones (DJI) fecharam no vermelho, em meio à alta de casos de Covid-19 e preocupações sobre a possibilidade de novos lockdowns, além do impasse político sobre mais estímulos fiscais para a economia norte-americana.

Na visão do diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, a queda na bolsa brasileira nesta sessão está atrelada aos mercados no exterior, principalmente às preocupações com o aumento de casos de coronavírus.

“Desta vez, não teve a ver com a gente”, acrescentou, ponderando contudo que o cenário fiscal e a trajetória da inflação no país, principalmente, são fatores de preocupação.

Agentes financeiros também seguem especulando sobre potencial desfecho da eleição presidencial norte-americana em 3 de novembro. Para o JPMorgan, a reeleição de Donald Trump seria o resultado como o mais favorável às bolsas.

Apesar da vantagem de Joe Biden em pesquisas de opinião nacionais, a disputa contra Trump em Estados-chave parece mais acirrada.

“Está se tornando difícil para os investidores manter a cabeça fria”, afirmou o analista Milan Cutkovic, da Axi.

No Brasil, a semana começou com noticiário corporativo intenso, ditando o ritmo para a pauta de balanços trimestrais dos próximos dias, quando a safra de resultados ganha ainda mais fôlego com os números de gigantes como Vale, Petrobras, Ambev e Bradesco.

Destaques

Santander Brasil (SANB11) avançou 3,74% na véspera da divulgação do balanço do terceiro trimestre na terça-feira, antes da abertura do mercado.

No setor, Bradesco (BBDC4) subiu 1,24% e Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,71%.

Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,09%.

Cielo (CIEL3) valorizou-se 3,47%, tendo no radar o resultado do terceiro trimestre previsto para terça-feira. Analistas do Goldman Sachs, contudo, esperam um outro conjunto de resultados fracos no período, apesar da melhora trimestral. Eles estimam lucro líquido de 117 milhões de reais.

Notre Dame Intermedica (GNDI3) subiu 3,4%, após sua subsidiária Clinipam fechar contrato para a aquisição do Hospital Santa Brígida, em Curitiba (PR).

O preço de aquisição foi de 48,5 milhões de reais. No setor de saúde, Hapvida (HAPV3) avançou 3,09%.

Ambev (ABEV3) subiu 2,23%, ajudada por relatório da XP Investimentos reiniciando a cobertura da ação com recomendação de compra e preço-alvo para o final de 2021 de 17,15 reais. “O pior já passou, o futuro segue desafiador, mas a empresa ainda é a melhor do setor”, argumentou.

Irb Brasil re (IRBR3) avançou 1,46%, após anunciar parceria com a B3 para o desenvolvimento de uma plataforma para conectar corretores, seguradoras e resseguradoras em uma única rede.

B3 (B3SA3) perdeu força durante o pregão e fechou em alta de 0,33%.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) recuaram 1,56% e 1,42%, respectivamente, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent caiu mais de 3%, enquanto agentes financeiros aguardam o resultado da petrolífera previsto para esta semana.

Vale (VALE3) recuou 1,5%, acompanhando a piora nos mercados e conforme os futuros do minério de ferro atingiram mínima de 4 semanas, com estoques portuários da China atingindo seu nível mais alto desde fevereiro. A Vale também divulga balanço nesta semana.

Btg Pactual (BPAC11) caiu 0,9%, após anunciar a compra da corretora Necton Investimentos, que tem 16 bilhões de reais em ativos sob custódia, por 348 milhões de reais. O banco disse que a sua intenção é manter a marca e a operação independentes.

Azul (AZUL4)  e Gol (GOLL4) recuaram 3,54% e 3,61%, respectivamente, em meio a temores com o aumento de casos de Covid-19, o que derrubou também Cvc Brasil (CVCB3) e ações de shopping centers. Do noticiário, a Azul pediu registro para oferta de 1,6 bilhão de reais em debêntures.

Hypera (HYPE3) valorizou-se 0,65%, após reportar na última sexta-feira aumento no lucro do terceiro trimestre para 345,6 milhões de reais, com forte controle de despesas compensando os efeitos da vendas menores em algumas categorias devido aos efeitos da pandemia da Covid-19. Executivos da companhia afirmaram que esperam um crescimento na margem bruta em 2021 devido a portfólio de ativos adquiridos recentemente e ao lançamento de novos produtos que trarão margens melhores.

Klabin (KLBN11) recuou 0,47%, mesmo após o resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado alcançar 1,2 bilhão de reais, que excluídos efeitos não recorrentes presentes no resultado do terceiro trimestre de 2019, representou aumento de 59% ano a ano.

Track & Field (TFCO4) fechou estável, em sua estreia na B3, após preficicar IPO a 9,25 reais por ação, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores da oferta, de 10,65 a 14,95 reais cada.

A operação da rede de lojas de artigos esportivos e moda praia movimentou 523 milhões de reais.

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