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Investidor global pune Petrobras em 15% após indicação de CEO; Diretoria pode renunciar

19 fev 2021, 21:25 - atualizado em 19 fev 2021, 22:04
Joaquim Silva e Luna
O general Joaquim Silva e Luna tem recebido elogios frequentes de Bolsonaro em suas tradicionais transmissões semanais e manifestações públicas por seu trabalho em Itaipu(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A queda total das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) chegou a 15% nesta sexta-feira (19), considerando o desempenho dos papéis em Nova York após o fechamento normal dos mercados e que já repercutiu a mudança na presidência da estatal.

Há instantes, os ativos PBR, que representam as ordinárias (PETR3), negociavam a US$ 9,21, o que equivale a um recuo de 14,87% na comparação ao preço de quinta-feira. Já os papéis PBR.A, que representam as ações preferenciais PETR4, operavam a US$ 9,30, baixa total de 13,4%.

No pregão normal da B3 (B3SA3), a ação preferencial (PETR4) da Petrobras despencou 6,63%, a R$ 27,33, enquanto o papel ordinário (PETR3) recuou 7,92%, a R$ 27,10. O Ibovespa perdeu 0,64%, a 118.430,53 pontos.

“Acreditamos que as ações da Petrobras deverão sofrer mais pressões negativas enquanto houver incertezas a respeito da autonomia de gestão da companhia e da viabilidade de uma política de preços de combustíveis alinhada a referências internacionais de preços de petróleo e taxa de câmbio”, explicam os analistas da XP Investimentos, Gabriel Francisco e Maira Maldonado.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que o governo decidiu indicar Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da estatal após o encerramento do ciclo do atual CEO da companhia, Roberto Castello Branco. O mandato do Castello Branco se encerra em 20 de março.

“Bolsonaro esqueceu que as ações de Petrobras são negociadas e têm investidores em todo o mundo, e também com forte pulverização no mercado local. Isso compromete a imagem do país no exterior”, analisa Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital modalmais.

A diretoria executiva da estatal também estaria considerando uma renúncia coletiva, disseram à Reuters três fontes próximas do assunto, que falaram sob a condição de anonimato.

A Petrobras informou na noite de hoje que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia solicitando providências para a convocação de uma assembleia geral extraordinária de acionistas com o objetivo de avaliar a indicação.

Roberto Castello Branco
O CEO da Petrobras disse no final de janeiro que a questão dos caminhoneiros não era um problema da companhia (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Castello Branco assumiu o comando da petroleira em janeiro de 2019, logo após a posse de Bolsonaro. Ele vinha defendendo a independência da companhia para reajustar preços dos combustíveis, mas acabou desagradando o presidente após um comentário sobre caminhoneiros, que têm ameaçado greves devido aos valores do diesel.

O CEO da Petrobras disse no final de janeiro que a questão dos caminhoneiros não era um problema da companhia. O mandato do Castello Branco se encerra em 20 de março.

Na noite de quinta-feira, após um reajuste da companhia nos valores dos combustíveis, Bolsonaro reclamou e disse que o comentário teria “consequências”, prometendo mudanças na estatal, sem detalhar.

O novo indicado para chefiar a petroleira, por sua vez, tem recebido elogios frequentes de Bolsonaro em suas tradicionais transmissões semanais e manifestações públicas por seu trabalho em Itaipu.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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