Coluna do Beto Assad

Investiu na privatização da Eletrobras (ELET3) com seu FGTS. E agora?

09 jun 2022, 13:29 - atualizado em 09 jun 2022, 13:37
saque do FGTS
Saiba o que esperar dessa privatização, principalmente se você fez a reserva utilizando o seu FGTS. Leia a coluna do Beto Assad, analista e consultor para o Kinvo. (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um dos assuntos mais quentes do mercado brasileiro nas últimas semanas é a privatização da Eletrobras (ELET3). Cercada de muita expectativa, o prazo para reservas se encerrou na última quarta-feira (8) ao meio dia.

Seguindo modelo parecido com a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4), os investidores tiveram a possibilidade de fazer a reserva das ações da empresa utilizando o saldo do FGTS.

Pelas regras, o valor mínimo para a reserva foi de R$ 200 por trabalhador, sendo permitido a utilização de até 50% do saldo disponível no FGTS.

Ou seja, quem quis participar da privatização dessa maneira deveria ter um saldo mínimo de R$ 400 na conta do fundo de garantia.

Outros dois pontos importantes eram que o investidor seria obrigado a ficar com o investimento por pelo menos 1 ano, e que após a venda, o saldo retornaria para a conta do FGTS, podendo fazer o saque do valor dentro das regras estabelecidas por lei.

A precificação das ações sai nesta quinta-feira (09) e a expectativa é de que o governo reduza sua participação na empresa para o máximo de 44,9%. Foram também criadas regras para que haja uma grande dispersão das ações, a fim de evitar que um único acionista tenha o controle da empresa.

Mas e aí, o que esperar dessa privatização, principalmente se você fez a reserva utilizando o seu FGTS?

O que vem agora?

Eletrobras
Foco do investidor deve ser em como será a gestão da empresa a partir de agora. Entenda o que o colunista quer dizer. (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

A primeira coisa é ter paciência. Independente se as ações vão começar com forte alta ou queda, isso pouco vai importar no curto prazo.

Se você prestou atenção nas regras, você vai ter que esperar 1 ano para poder mexer neste investimento.

Logo, qualquer coisa que aconteça agora em termo de valorização não necessariamente irá refletir como as ações estarão daqui 12 meses. Se você fez esse investimento, seu horizonte obrigatoriamente tinha que ser de longo prazo.

Dessa maneira, o foco do investidor deve ser em como será a gestão da empresa a partir de agora. Ela está evoluindo na sua gestão de custos? Os investimentos estão sendo feitos de maneira a gerar um crescimento sustentável para a empresa?

Ela privatizada está com uma governança melhor do que antes? Essas e muitas outras questões serão de importância para entender como o novo modelo da Eletrobras está funcionando e se está sendo benéfico para a empresa e seus acionistas.

E o investidor tem que ter em mente que estamos falando de renda variável. Muita gente deve puxar da memória os bons desempenhos de Petrobras e Vale após suas respectivas privatizações. Mas se tem uma regra no mercado financeiro é que resultados passados não são garantia de resultados futuros.

Essa é uma premissa que é totalmente válida para uma mesma empresa. Quando comparamos empresas diferentes e de ramos distintos, a coisa se complica ainda mais.

Temos motivos para otimismo?

É claro que existe uma expectativa positiva para a privatização da Eletrobras. Mas temos que lembrar que os tempos são outros, os setores são bem distintos e o momento é de turbulência para a economia brasileira. Isso traz uma certa dose de incerteza.

Além do mais, a maioria das elétricas estão próximas às suas máximas de 2022, num cenário onde a Eletrobras vem apresentando resultados decrescentes ao longo dos últimos anos. Grande parte dessa alta veio justamente da expectativa da privatização da empresa, e não por resultados mais consistentes.

E como será sua movimentação a partir de agora com a privatização concretizada? Será o famoso “sobe no boato e cai no fato”? Ou a euforia vai continuar no setor e na empresa?

Essas são apenas algumas questões que os investidores terão que se atentar nos próximos tempos. E esses próximos 12 meses serão importantes para que todos possamos ter uma ideia de como será a “nova Eletrobras”.

Enfim, acompanhe de perto o que vai se passar na empresa, tenha paciência para uma possível volatilidade no curto prazo e boa sorte com os seus investimentos.

Aproveite para conferir todas as Colunas do Beto Assad aqui no Money Times.

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Analista e consultor financeiro no Kinvo
Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar. Formado em Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo. Hoje, atua como analista de ações (CNPI-T) e é consultor de mercado financeiro.
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